O RELEVO DA COERÊNCIA
GRÁFICA NO DESENVOLVIMENTO
DAS INTERFACES DE UMA MARCA
Resumo das paginas 20 à 31.
1.3.5 POSICIONAMENTO E ESTRATÉGIA DE UMA MARCA
O posicionamento e estratégia de uma marca, segundo Alina Wheeler, são elementos fundamentais para sua sobrevivência e sucesso. O posicionamento envolve a construção de uma identidade alinhada com valores transmitidos aos consumidores, enquanto a estratégia é a união de comportamentos, ações e comunicações consistentes e alinhadas. Esses conceitos são destacados por Andy Mosmans, ressaltando a influência dos valores na relação das pessoas com marcas e produtos.
Uma estratégia de marca eficaz deve ser diferenciada, poderosa e capaz de ultrapassar a concorrência, focando na ligação emocional com os consumidores, tanto em ambientes físicos quanto digitais. Construir uma marca demanda consistência e perseverança na implementação da estratégia escolhida, que não se resume apenas a uma posição, mas se traduz como uma perspectiva intrínseca de compreensão do mundo.
Neste caso, as marcas devem definir seu posicionamento no mercado e manter uma estratégia focada nos usuários para se destacarem da competição, destacando os seus produtos.
1.3.6 A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO MARCA VS. UTILIZADOR, NA ERA DIGITAL
A relação entre marca e utilizador na era digital é crucial para o sucesso no mercado competitivo. Autores como Don Peppers, Martha Rogers e Bob Dorf destacam a importância de encarar essa relação como uma oportunidade de aprendizado, personalizando produtos para atender às necessidades individuais de cada cliente, aprimorando a capacidade da marca em se ajustar a cada interação.
A evolução tecnológica, especialmente a internet, desempenha um papel significativo nessa relação, permitindo a comunicação eficaz entre marca e consumidor, adaptando o marketing de forma mais personalizada. Autores como Daniel Raposo enfatizam a importância do ambiente virtual na interação marca-consumidor, destacando a relevância de um site customizado, intuitivo e de fácil acesso para garantir a eficácia na comunicação.
Compreender o comportamento dos utilizadores é fundamental na venda online. Joan Costa ressalta a importância de misturar o conteúdo da oferta com serviços de valor agregado para aproximar a marca do cliente, favorecendo o retorno do consumidor ao site.
A segmentação comportamental nas empresas na era digital é crucial para atender às reais necessidades dos clientes. Ferramentas de análise comportamental, conforme Shiva Nandan, são úteis para os gestores de marcas, permitindo a observação do comportamento de consumo online sem serem intrusivos.
Sugere-se, conforme Joan Costa citado por Daniel Raposo, quatro condições fundamentais para as marcas estabelecerem relações duradouras com os utilizadores:
1) Não causar perdas de tempo ao internauta, evitando a sobrecarga de
informação, a inconsistência gráfica e a falta de hierarquia e organização;
2) Garantir a individualidade de cada utilizador, tratando-o de forma
diferenciada e correspondendo às suas expectativas;
3) O serviço não termina no acto da venda, mas deve continuar a
resolver problemas ao cliente, como por exemplo através do serviço de
assistência pós-venda;
4) Criar comunidades ou fóruns de discussão livre entre os clientes.
Estes elementos são essenciais para promover uma relação sólida e duradoura entre marca e consumidor.
- DESIGN DE INTERACÇÃO DIGITAL
2.1 BREVE INTRODUÇÃO AO DESIGN DE INTERACÇÃO DIGITAL
O design de interação digital remonta aos anos 1960, quando os engenheiros começaram a se concentrar na interação entre pessoas e computadores, introduzindo painéis de controle para usuários. Iniciativas como o projeto Xanadu de Ted Nelson e os padrões de e-mail por Ray Tomlinson impulsionaram o desenvolvimento do hipertexto e a introdução do mouse por Doug Engelbart em 1968.
O Xerox PARC, fundado em 1970, foi um marco na história da interação, originando produtos como o Xerox Alto e o Xerox Star, que incorporavam recursos de edição de texto, ícones e janelas. Em meados dos anos 80, o termo “interação” começou a se popularizar, mas foi nos anos 90 que o Design de Interação se tornou uma disciplina formal devido à explosão das interfaces gráficas para usuários (GUI) introduzidas pela Apple com o Lisa e o Macintosh.
O início dos anos 90 marcou a época dos computadores pessoais e a ascensão da web, levando à necessidade de melhor interação. O navegador Mosaic, de Marc Andreessen, foi essencial para o Design de Interação, introduzindo paradigmas como o botão de “voltar”. Esse período viu o crescimento da web e o termo “usabilidade” ganhou destaque na concepção de produtos digitais.
Com o crescimento exponencial da web, designers e arquitetos de informação emergiram, focando na criação de produtos centrados no usuário. O reconhecimento do Design de Interação cresceu ao longo do início do século XXI, culminando na formação da Interaction Design Association (IxDA) em 2005, evidenciando a maturidade da interação como disciplina e profissão indispensável para os produtos digitais.
2.2 PROJECTAR A INTERACÇÃO DIGITAL VISANDO A EXPERIÊNCIA DO UTILIZADOR
O design de interação digital está intrinsicamente ligado à experiência do usuário. Segundo Dan Saffer e Alan Cooper, esta disciplina enfoca as necessidades do usuário, garantindo uma harmonia entre o produto e o usuário, preocupando-se com comportamento, forma e conteúdo para proporcionar uma experiência, seja ela funcional ou emocional.
Cooper destaca que, assim como designers gráficos e de móveis criam experiências, os designers de interação influenciam a experiência das pessoas nos produtos digitais, moldando a forma como os usuários interagem com tais produtos. A estrutura do design de interação concentra-se em três conceitos base: forma, comportamento e conteúdo, preocupando-se com a interrelação entre esses elementos.
O processo de criação de produtos interativos, de acordo com a Associação Profissional de Experiência do Usuário (UXPA), envolve quatro fases principais: análise, design, implementação e desenvolvimento, garantindo a usabilidade e relacionando a forma e o conteúdo com o comportamento do usuário.
Saffer ressalta a importância dos fatores humanos na interação com produtos digitais, considerando as limitações do corpo humano, tanto física quanto psicologicamente, para garantir a conformidade dos produtos.
Ao longo do desenvolvimento do design de interação, gestores de projeto facilitaram a ligação entre as necessidades do mercado e os requisitos do produto. Com o crescimento e maturidade do mercado, os testes, designers e a introdução de elementos visuais importantes foram integrados no processo de criação.
A evolução do design de interação culmina na fase de Design Centrado em Objetivos, onde as capacidades, forma e comportamento do produto são testados antes da sua construção. Este processo visa garantir que o produto atenda às necessidades do usuário antes da implementação final.