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O Decreto Nº 5.296/04, de 02 de dezembro de 2004, define o design universal como a capacidade de conceber produtos e ambientes que sejam utilizáveis por uma ampla gama de pessoas, sem a necessidade de adaptação. O Centro de Desenho Universal (CUD, 2016) estabeleceu sete princípios do design universal em 1997, visando apoiar a concepção de produtos e ambientes que atendam a diversas habilidades:
- Uso equitativo: Design útil para pessoas com diversas habilidades.
- Flexibilidade de uso: Acomodação de diferentes preferências e habilidades individuais.
- Uso simples e intuitivo: Design de fácil compreensão, independente da experiência do usuário.
- Informação perceptível: Comunicação eficaz da informação necessária, independentemente das condições sensoriais.
- Tolerância ao erro: Minimização de perigos e consequências adversas de ações acidentais.
- Baixo esforço físico: Uso eficiente, confortável e com mínimo de fadiga.
- Tamanho e espaço para aproximação de uso: Proporciona tamanho e espaço adequados para diferentes corpos, posturas e mobilidades.
O design de interação, ao incorporar esses princípios, busca diminuir barreiras e ampliar o alcance para diversos tipos de usuários. Com uma abordagem multidisciplinar, o objetivo é criar artefatos interativos que promovam um design mais democrático e acessível, reconhecendo que todas as pessoas têm algum tipo de limitação, seja física, mental, motora ou de conhecimento.
O conceito de inovação social implica uma mudança inovadora na forma de abordar questões econômico-sociais, oferecendo soluções criativas que beneficiam o bem-estar das pessoas e comunidades. No contexto tecnológico, a distância digital entre aqueles que têm e não têm acesso à tecnologia contribui para a desigualdade social, destacando a importância da inclusão digital.
A inclusão digital, particularmente para a população carente, é vista como uma perspectiva transformadora, promovendo oportunidades de vida melhores. A exclusão digital, representada pelo abismo entre ricos e pobres, torna-se uma barreira significativa para a ascensão social, privando as pessoas do acesso às ferramentas essenciais da revolução tecnológica.
Artigos ressaltam a mudança no uso da tecnologia do ambiente profissional para o pessoal e a necessidade urgente de evitar que os desfavorecidos se vejam ainda mais prejudicados. No entanto, a exclusão digital persiste como um desafio, impedindo o acesso uniforme à informação, aprendizado e interação.
A divisão entre ricos e pobres de informação, chamada de “marginalização informacional”, é uma preocupação, e a sociedade busca mitigar essa disparidade por meio de ações de inclusão social e digital. A inclusão digital é vista como um meio de ampliar a cidadania, combater a pobreza e fortalecer o desenvolvimento local.
Diante desse contexto, o texto questiona a interligação entre inclusão social e inclusão digital, explorando seus propósitos, metodologias e grupos sociais beneficiados. A dúvida central é se a inclusão digital é, de fato, um caminho para a inclusão social.