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Durante o boom da internet, houve uma rápida mudança de foco para a usabilidade. Profissionais do design migraram para o design digital, impulsionando o surgimento de designers e arquitetos de informação, estrategistas de experiência do usuário e designers de interação. Cooper destacou que a usabilidade passou a ser valorizada na criação de melhores produtos para a sociedade. A comunidade de design de interação cresceu, levando à formação da IxDA em 2005. Esse crescimento marcou a maturação da interação como disciplina e profissão essencial na criação de produtos digitais centrados no usuário.

A disciplina da experiência do usuário abrange a maioria das áreas de estudo mencionadas na FIGURA 17. Seu foco reside nas necessidades do usuário ao interagir com um produto, garantindo uma harmonia entre ambos, conforme destacado por Dan Saffer. Cooper também relaciona o design gráfico, de móveis e de interiores à criação de experiências através do uso de diferentes elementos. Ao aplicarmos esse conceito aos produtos digitais, é útil pensar que os designers têm o poder de influenciar as experiências das pessoas ao projetar os mecanismos necessários para a interação do usuário com um produto.

O Design de Interação concentra-se nos conceitos inter-relacionados de forma, comportamento e conteúdo, como mencionado por Cooper. Esse design se preocupa principalmente com o comportamento do produto, mas também considera como esse comportamento se relaciona com a forma e o conteúdo. O processo de construção de produtos interativos, geralmente dividido em fases centradas no usuário, é exemplificado pelo poster da Associação Profissional de Experiência do Usuário (UXPA), que destaca quatro grandes fases: Análise, Design, Implementação e Desenvolvimento, mostrando como essas fases relacionam forma, conteúdo e comportamento do usuário. Dan Saffer também enfatiza a importância dos fatores humanos na interação com produtos digitais, garantindo que estes estejam alinhados com as limitações físicas e psicológicas do corpo humano.

Ambos Saffer e Cooper enfatizam que o Design de Interação está intrinsecamente ligado à experiência do usuário, onde a preocupação com o comportamento, forma e conteúdo é fundamental. Este tipo de design visa oferecer uma experiência ao usuário, seja ela emocional ou funcional, e vai além da estética, sendo fundamentado na compreensão dos usuários e em princípios cognitivos.

2.3 DESIGN DE INTERFACES

2 . 3 .1  A EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE

Alan Cooper descreve a FIGURA 18 como a evolução do processo de desenvolvimento de software ao longo do tempo. No primeiro estágio, os programadores concebiam e testavam o produto sem muita consideração pelos usuários, resultando em um processo demorado e pouco adaptado às necessidades dos mesmos. Na segunda fase, os gerentes de projeto ajudaram a conectar as demandas do mercado aos requisitos do produto, preenchendo a lacuna de conhecimento sobre o mercado.

Com o avanço do Design de Interação e a popularização das interfaces gráficas (GUI), o processo evoluiu. Foram introduzidos testes e designers focados na criação de elementos visuais essenciais, como ícones. Na quarta e última fase, destaca-se o Design Centrado em Objetivos no desenvolvimento de software, onde as capacidades, forma e comportamento do produto são testadas antes da sua construção. Este estágio enfatiza a importância de testar e validar as funcionalidades do produto antes da implementação.

2.3.2 O UTILIZADOR E O FORMATO DIGITAL

Atualmente, o foco principal não está nem no leitor nem no escritor, mas sim no usuário, percebido como alguém com necessidades cognitivas, físicas e emocionais. Este usuário é considerado uma figura a ser protegida, cuidada, analisada e controlada, sujeita a testes e investigações.

Embora a evolução digital tenha criado usuários mais exigentes e especulativos, a capacidade de leitura em telas foi comprovada como eficiente pela interação humano-computador (HCI). No entanto, a transição para formatos digitais, como livros e jornais digitais, tornou os usuários mais seletivos e impacientes devido à sobrecarga de informações.

Essa impaciência, explicam Bierut, Drentell e Heller, não se deve apenas às características das tecnologias de visualização, mas também a um hábito cultural. Os usuários da web têm expectativas distintas dos usuários de mídia impressa, buscando produtividade e pesquisa em vez de contemplação e processamento.

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