Livro 1-Introdução ao Design de Interfaces

Resumo de 24/10/2022

Porquê estudar IPM nos dias de hoje? Segundo estimativas recentes, mais de 60% do
custo total de um sistema de informação é imputável à interface utilizadora, de
facto, IPM distingue-se de muitas outras áreas de Engenharia por lidar com pessoas.
E as pessoas são imprevisíveis, difíceis de caracterizar e têm uma infinita habilidade para
operar objetos ou aparelhos de formas totalmente inconcebíveis para quem os projetou.

Um especto-chave consiste na dificuldade de desenvolver boas interfaces utilizador, um bom Engenheiro de interfaces utilizador, exige-se assim que possua uma grande dose de análise e pensamento crítico bem como conhecimentos e prática para avaliar técnicas de interação. Em contraponto com a abordagem convencional, em que o cliente só recebe o produto final no termo do desenvolvimento, a abordagem iterativa ao desenho pressupõe o envolvimento dos utilizadores desde as primeiras fases do desenho, não sona definição de requisitos e análise de tarefas, mas, e sobretudo, na avaliação de desempenho dos protótipos intermédios e na análise crítica da qualidade destes.

Resumo de 31/10/2022

Para compreender as interfaces atuais, é útil estudar a sua evolução ao longo das últimas décadas. De um modo geral, podemos considerar que houve cinco gerações de Interfaces
Pessoa-Máquina, que dividimos por décadas. As primeiras interfaces, tal como os primeiros computadores, surgiram na década de 1950. São sobejamente conhecidas as memórias desse nascimento da computação como uma indústria onde os únicos dilizadores que existiam eram os programadores técnicos daquele hardware primordial.
Assim, a única interface que havia era baseada em código e cartões perfurados que eram inseridos na máquina, a qual processava a computação a realizar, imprimindo então os resultados. Era uma interface ao nível do hardware, a revolução cognitiva foi um movimento intelectual iniciado nos anos 1950 através de uma combinação de áreas bem estabelecidas como a psicologia, antropologia e linguística com áreas que então se encontravam a nascer, como a inteligência artificial, a computação e a neurociência. Noam Chomsky – um dos principais líderes deste movimento – diria mesmo que “definir a psicologia como a ciência do comportamento era como definir a física como a ciência de leitura de medições” (Chomsky, 1959). Este movimento era, portanto, uma resposta ao comportamentalismo que até então reinava e foi determinante para o surgimento da Interação Pessoa-Máquina como disciplina, como veremos mais adiante.

O Alto era o primeiro computador com ecrã bitmaps, ou seja, baseado em pixéis em vez de carateres. Isto foi determinante para o desenvolvimento de conceitos como o que a figura apresenta, mais especificamente as janelas sobrepostas e movíveis, exatamente iguais às que utilizamos nos sistemas operativos atuais.

Na história e evolução das interfaces com o utilizador, não poderíamos omitir um computador que foi também um marco: o Xerox 810 Star, construído em 1981 (Figura 1.7).
Smith et al. (1990) descrevem a criação daquela que foi a primeira interface a implementar o paradigma WIMP e a metáfora do desktop (Figura 1.8). O paradigma
WIMP & um estilo de interacão com a interface gráfica que assenta em quatro elementos:
Windows, icons, menus e Pointing Device (usualmente o rato). Esteé o paradigma que utilizamos diariamente nos nossos computadores.

pag:9-13

Nós, Os Humanos

Os humanos são criaturas fascinantes. Observá-los a criar atalhos e remendos para ultrapassar as dificuldades impostas devido aos defeitos de design das interfaces que eles próprios usam seria matéria suficiente para escrever outro livro. Neste capítulo, iremos estudar ao pormenor os humanos, numa abordagem baseada na psicologia cognitiva introduzida no capítulo anterior. Isto porque são eles o objetivo da criação de interfaces com o utilizador. No fim de contas, todas as interfaces existem para assistir um ser humano no desempenhar das suas tarefas, tal como os computadores, os humanos possuem dispositivos de entrada e saída de informação. As entradas de informação podem ser realizadas por via auditiva, visual e tátil. Os canais de movimento constituem um dispositivo de saída de informação, como a fala. Toda a informação que é processada é aplicada, sendo os humanos são criaturas fascinantes. Observá-los a criar atalhos e remendos para ultrapassar as dificuldades impostas devido aos defeitos de design das interfaces que eles próprios usam seria matéria suficiente para escrever outro livro. Neste capítulo, iremos estudar ao pormenor os humanos, numa abordagem baseada na psicologia cognitiva introduzida no capítulo anterior. Isto porque são eles o objetivo da criação de interfaces com o utilizador. No fim de contas, todas as interfaces existem para assistir um ser humano no desempenhar das suas tarefas, tal como os computadores, os humanos possuem dispositivos de entrada e saída de informação. As entradas de informação podem ser realizadas por via auditiva, visual e tátil. Os canais de movimento constituem um dispositivo de saída de informação, como a fala. Toda a informação que é processada é aplicada, sendo também armazenada na memória, quando a luz entra no olho é focada primeiro pela córnea, passando depois pela pupila, que é controlada pelas iris, e pela lente, sendo refratada em toda esta passagem, a qual termina com uma imagem invertida que é projetada na retina.

Além disto, existe uma diferença no número de cones para cada cor. Temos poucos cones azuis, pelo que a nossa sensibilidade ao azul é menor. Isto implica que usar texto azul
pode ser uma má escolha, se durante a leitura deste livro, o leitor ouvir repentinamente um balão a rebentar, a sua atenção será imediatamente desviada para a fonte ou origem do ruído. E isto leva-nos ao sentido seguinte: a audição.

Como se efetua então a recuperação de informação da memória de longa duração a resposta é: por lembrança e por reconhecimento. Por lembrança, quando a informação é reproduzida a partir da memória. A lembrança pode ser auxiliada através de pistas como por exemplo, categorias ou imagens. É mais simples memorizar uma lista de palavras onde haja categorias comuns a essas palavras do que uma lista onde não seja possível relacioná-las de modo algum. O reconhecimento é menos complexo do que a lembrança.
Ocorre reconhecimento, por oposição a lembrança, quando a informação apresenta conhecimento anteriormente obtido. Por exemplo, sabemos que o símbolo “X” nos sistemas operativos atuais é utilizado no botão de fecho de janelas. Assim, quando apresentamos ao utilizador um botão com um “X”, o utilizador reconhece-o, e não precisa de se lembrar para que serve.

Resumo de 28/11/2022

pag:19-30

Resumo de 07/11/2022

Os laboratórios foram visitados por Steve Jobs, que tinha acabado de fundar uma empresa chamada Apple na garagem dos seus pais, e Steve quis transportar para o design dos seus computadores as ideias do Star. Surge, então, em 1984 o primeiro Apple Macintosh, que entrou na história da IPM como o primeiro computador pessoal com interface gráfica verdadeiramente popular. Talvez o anúncio de 1984 ajude a entender essa popularidade.
O anúncio versava
“Apple introduz o Macintosh, o computador para os confusos e
intimidados”. Foi provavelmente a primeira vez que a facilidade de utilização foi usada com propósito comercial. “Se consegue apontar, consegue usar o Macintosh”, pode ler-se ainda no mesmo anúncio. Em vez de ser necessário aprender um conjunto complexo de comandos, o utilizador apenas necessitava de apontar para a seleção num menu e carregar no botão do rato. Isto significava que todas as aplicações no Macintosh tinham uma interface com o utilizador semelhante. Após familiarizar-se com uma, o utilizador conseguia aprender novas aplicações de forma relativamente simples. O sucesso da interface do Macintosh conduziu a uma nova era de aplicações e sistemas operativos gráficos e mais fáceis de usar, atualmente discute-se muito acerca de design e inovação. A verdade é que a maior parte do que consideramos hoje em dia como design inovador assenta em tecnologia que já existe há pelo menos 20 anos. Tome-se como exemplo o rato, omnipresente nas nossas casas e escritórios. Inventado por Douglas Engelbart em 1964, só foi comercializado em 1984 por Steve Jobs. Passaram 20 anos desde a descoberta até à sua comercialização.
Mas não é apenas o rato que ilustra esta diferença temporal. Consideremos os conhecidos
LCD – ecrãs de cristais líquidos. Esta é uma tecnologia ainda mais omnipresente do que os computadores em si, pois existe nos nossos relógios digitais, telemóveis, computa-dores, e cada vez mais nas televisões. Poderíamos então pensar que os cristais líquidos teriam sido inventados há 20 anos, mas a verdade é que foram descobertos em 1888 por Friedrich Reinitzer, um botánico austríaco. O primeiro protótipo apenas surgiu em 1968. num centro de investigação norte-americano. A Optel foi a primeira fabricante de relógios baseados em LCD, em 1970. Desde então temos assistido a um aumento de aplicações e produtos baseados nesta tecnologia. Mas passaram 82 anos desde a descoberta até à sua comercialização.

Um exemplo de inovações emergentes consiste nos plasmas, na tinta eletrónica e nos chamados smartboards, ou quadros inteligentes. Da mesma maneira que os quadros pretos revolucionaram as salas de aulas dos nossos tetravós, também com a diminuição dos preços destas superfícies colaborativas inteligentes se poderá antecipar uma pequena revolução na forma como atualmente aprendemos, reunimos e planeamos.
Como forma de resumo e finalização desta introdução, consideremos então as caraco iticas que deverá possuir um bom designer de interação. Antes de estabelecermos e analisarmos uma lista de características desejadas, convém recordar que esta é uma disci plina que tem muitas disciplinas-mãe, ou seja, esta é uma área onde a multidisciplina.

Resumo de 05/12/2022

ELES, OS COMPUTADORES

No capítulo anterior ficámos a conhecer um dos lados da equação da Interação Pessoa
Máquina: os humanos. Neste capítulo iremos estudar o outro lado desta equação, os computadores. Hoje em dia, eles assumem muitas formas distintas, tal como nós, humanos.
E também como nós, eles multiplicam-se de dia para dia. No entanto, e apesar das diferenças individuais,a informação que recebemos é a resposta a informação que emitimos. Quando relacionamos este assunto com os computadores, verificamos que os mesmos princípios se aplicam: a interação é um processo de troca de informação. Assim sendo, nesta primeira secção, concentramo-nos na transferência de informação humano-computador no sentido do envio de dados por parte do utilizador, aquilo a que designamos por dispositivos de introdução ou entrada de dados. Seguidamente estudaremos os dispositivos de saída de dados, aqueles que facilitam a troca de informação no sentido inverso, isto é, do computador para o utilizador: os ecrãs são os mais comuns dispositivos de saída, mas existem outros, como as impressoras, por exemplo. a informação que recebemos é a resposta a informação que emitimos. Quando relacionamos este assunto com os computadores, verificamos que os mesmos princípios se aplicam: a interação é um processo de troca de informação. Assim sendo, nesta primeira secção, concentramo-nos na transferência de informação humano-computador no sentido do envio de dados por parte do utilizador, aquilo a que designamos por dispositivos de introdução ou entrada de dados. Seguidamente estudaremos os dispositivos de saída de dados, aqueles que facilitam a troca de informação no sentido inverso, isto é, do computador para o utilizador: os ecrãs são os mais comuns dispositivos de saída, mas existem outros, como as impressoras, por exemplo. Esquecimento das limitações que as máquinas dos utilizadores alvo poderão impor. E fácil esquecermo-nos de como os utilizadores típicos “sentem” a interface nas suas máquinas.

Como o ecrã atua tanto como dispositivo de entrada como de saída, em simultâneo, obtém-se um dispositivo ótimo para ser usado em condições hostis, como espaços públicos, já que não há peças de equipamento separadas que possam ser destruídas – aliás muitos fabricantes vendem estes dispositivos conjugados com quiosques antivandalismo.
Contudo, existem desvantagens e problemas com estes dispositivos. Usar os dedos como forma de introdução de coordenadas deixa marcas no ecrã, e dadas as dimensões dos dedos, a precisão é baixa. Além disso, ter de apontar implica levantar o braço para alcançar a superficie do ecrà, o que provoca fadiga. Se a interface não for cuidadosamente desenhada, em termos das dimensões dos elementos, os utilizadores podem achar difícil a sua utilização, especialmente com botões ou menus demasiado pequenos para a dimensão dos dedos.As superfícies multitoque são particularmente apelativas em contextos colaborativos, como centros de comando e controlo,nesta secção, estudaremos alguns dos estilos de interação mas dando especial ênfase às suas vantagens e desvantagens, para que o leitor possa considerar esses aspetos positivos e negativos a fim de decidir quando empregar que estilo. As interfaces que utilizam linguagem natural devem fornecer respostas cooperativas, fornecer diálogos de clarificação opcionais e fornecer também formas de visualizar e editar o historial do diálogo entre utilizador e máquina.

pag:37-54

Resumo de 12/12/2022

A EQUAÇÃO DA INTERAÇÃO PESSOA-MÁQUINA

Este capítulo aborda a questão da Interação Pessoa-Máquina numa perspetiva de engenharia, sistemática e bem fundamentada nos princípios dos capítulos anteriores. Esta perspetiva é a designada engenharia da usabilidade que engloba modelos e processos de desenvolvimento de Interfaces Pessoa-Máquina. Ao conjunto de atividades necessárias à definição destes processos damos o nome de “desenvolvimento centrado nos utilizadores que será também descrito neste capítulo usabilidade, estabelece o processo de desenvolvimento centrado nos utilizadores e termina com princípios para orientarmos as nossas soluções na direção certa, e criar software de sucesso.

O termo engenharia de usabilidade é utilizado para assegurar que os produtos de software desenvolvidos atingem realmente os níveis desejados, a usabilidade é tipicamente medida testando o sistema com um número de utilizadores representativos que realizam um conjunto predeterminado de tarefas.

As ferramentas de suporte à criatividade têm vindo a demonstrar como se pode acelerar a descoberta e a inovação nos produtos interativos. A questão é colocada em termos de como os designers podem ser capazes de fornecer aos utilizadores formas de aumentar a criatividade usando ambientes sociais e colaborativos mais ricos, interfaces adequadas e mais propícias ao ato criativo.

pag:55-66

2/01/2023

ANÁLISE DE UTILIZADORES E DE TAREFAS

Neste capítulo justificamos a necessidade de fazer análise de utilizadores e tarefas, e descrevemos cada uma destas análises. Embora a sua descrição esteja separada, tornar-se-á óbvio à medida que vamos avançando na leitura deste capítulo que é difícil manter uma distinção clara entre análise de utilizadores e de tarefas, na medida em que estas se sobrepõem e as suas fronteiras são difusas. Quando analisamos utilizadores, estudamos pessoas a realizar tarefas, e quando analisamos tarefas precisamos de saber quem as realiza. Durante a análise de utilizadores procuramos identificar os seus conhecimentos e aptidões. Esta informação poderá, resolver os problemas mais complexos e que são capazes de realizar aquelas tarefas difíceis e pouco frequentes. Durante a análise de tarefas e recolha de requisitos é necessário ter algum cuidado e não dedicarmos muito tempo aos utilizadores peritos, pois estes são uma pequena fração dos potenciais utilizadores e têm necessidades diferentes da maioria dos utilizadores.

pag:67-79

9/01/2023

DESENHO DE ECRÃS

Um bom desenho de ecrãs cumpre dois propósitos inter-relacionados: funcionalidade e estética. Todos os elementos gráficos colocados num ecrã devem ter um propósito e um significado bem definidos. Deve ser clara qual a sua função no contexto das tarefas, e o seu conteúdo inequívoco. Adicionalmente, a relação entre os vários elementos deve ser estudada cuidadosamente, pois dela depende a compreensão dos mesmos.

Qualquer ecrã, salvo raras exceções, é composto por vários elementos gráficos: campos de formulários, listas de elementos, mensagens textuais, imagens, etc. O primeiro princípio a ter em conta ao dispor esses elementos no ecrã é o da proximidade. Este princípio dita que elementos relacionados devem aparecer juntos. Se existe uma proximidade lógica, em termos do seu significado, deve haver também uma proximidade física.

Vimos já como a proximidade ajuda a estabelecer relações entre os objetos na página, e que estes devem estar alinhados entre si. Falta ainda referir, a posição mais indicada para colocar mensagens importantes, às quais queremos que este preste atenção. Noutro local poderiam passar despercebidas, se o foco da atenção do utilizador estiver virado para outra posição, mas no centro são difíceis de ignorar. É por esse motivo que caixas de erro costumam aparecer centradas no ecrã.

Mesmo sem compreender mais nada da interface nem ler o texto no botão, os utilizadores irão tratá-lo de forma cautelosa.

pag:133-149


Livro 2-O Que Estás a Fazer com a tua vida?

Resumo de 24/10/2022

Um dos melhores professores de filosofia do mundo, Krishnamurti, oferece a sua sabedoria em muitos dos obstáculos da vida, desde relacionamento e amor até ansiedade e solidão. Responde a perguntas como qual é o significado da vida? E Como viver a vida ao máximo? para revelar a melhor forma de seres verdadeiro contigo.
Numa obra lida por milhões de pessoas com vidas distintas, Krishnamurti defende que não há um caminho, uma autoridade divinal ou um guia que devamos seguir. No fim, é a nossa responsabilidade a decidir e a implementar como vivemos a vida.

Jiddu Krishnamurti (1895-1986), filho de pais indianos, foi educado em Inglaterra e deu palestras por todo o mundo. Alegava não ter lealdade a nenhuma casta, nacionalidade ou religião e não estar vinculado a qualquer tradição.

A estatura de Krishnamurti como filósofo original atraiu pensadores e filósofos tradicionais e não tradicionais. Chefes de Estado, físicos eminentes como David Bohm, líderes proeminentes das Nações Unidas, psiquiatras, psicologos, líderes religiosos e professores universitários envolveram-se em diálogo com Krishnamurti. Estudantes, professores e milhões de pessoas de todas as esferas da vida ouviram-no falar e leram os seus livros. Fez a ligação entre a ciência e a religião sem o uso de jar-gões, para que os cientistas e os leigos entendessem as suas discussões sobre o tempo, o pensamento, a perceção e a morte. Uma última observação: “K”, como este professor se chamava a si mesmo, pedia muitas vezes desculpa às mulheres por usar as palavras ele, dele e homem nas conversas e nos escritos. Ele incluía todos os seres humanos nos seus ensinamentos.

Resumo de 31/10/2022

Sabemos o que queremos dizer com o “eu”? Por “eu”, quero dizer a ideia, a memória, a conclusão, a experiência, as várias formas de intenções identificáveis e não identificáveis, o esforço consciente de se ser ou não ser, a memória acumulada do inconsciente, o racial, o grupo, o indivíduo, o clã e tudo em conjunto, quer seja projetado externamente, como ação, ou espiritualmente, como virtude – o esforço em busca de tudo, isto é, o eu, e nele está incluída a competição, o desejo de ser. Todo este processo é o eu e, quando nos deparamos com ele, sabemos que se trata de uma coisa má, então, para compreendermos os inúmeros problemas de cada um de nós, não será essencial o autoconhecimento? O conhecimento de nós mesmos – que não significa isolamento nem retirada – é das coisas mais difíceis de alcançar. Conhecermo-nos é obviamente essencial, mas isso não implica uma retirada do relacionamento. Então, para compreendermos os inúmeros problemas de cada um de nós, não será essencial o autoconhecimento? O conhecimento de nós mesmos – que não significa isolamento nem retirada – é das coisas mais difíceis de alcançar. Conhecermo-nos é obviamente essencial, mas isso não implica uma retirada do relacionamento enquanto a atividade da mente existir, não poderá haver amor. Quando houver amor, não teremos problemas sociais.

pag:13-19

Resumo de 07/11/2022

Podemos passar de um refinamento para outro, de uma subtileza para outra e de um prazer para outro, mas no centro de tudo existe o “eu” – aquele “eu” que desfruta, que deseja mais felicidade o “eu” que busca, que procura, que anseia pela felicidade, o “eu” que se debate, que se torna mais “refinado”, mas que nunca gosta de chegar ao fim.
Só quando o “eu” em todas as suas formas subtis termina é que há um estado de felicidade que não pode ser procurado, um êxtase, uma alegria verdadeira, sem dor, sem corrupção. Nesse momento, em toda a nossa alegria e felicidade existe corrupção, porque por trás delas reside dor e medo. Essa felicidade não pode ser permanente, no sentido que damos à palavra.

Contudo, queremos segurança nos nossos relaciona-mentos, através do casamento, através dos votos – aqueles truques que pregamos a nós e aos outros. Este é um facto óbvio e não precisa de grande análise, temos de entender a causa-base do descontentamento antes de podermos examinar toda a estrutura e o significado do prazer e, portanto, da tristeza de alguma relação entre o pensador e o seu pensamento? Ou existe apenas pensamento e não um pensador? Se não houver pensamentos, não há pensador. tempo foi dividido nestas três partes e é como um rio, fluindo. Dividimo-lo nestes fragmentos e é neles que o pensamento é capturado.

pag:23-27

Resumo de 14/11/2022

Viver com o que existe

Será possível olhar sem pensamento? Isso não significa que fique com a mente em branco, mas olhe. E só é possível olhar se nenhuma sensação do “eu” interferir. Compreende? Ou seja,altera-lhe o comportamento. Ou seja, o ser humano a observar o eletrão produz no próprio eletrão um comportamento diferente, diferente do comportamento quando a mente humana não está a observar.

Acho que a nossa investigação não deve ser em busca da solução dos problemas imediatos, mas sim para descobrir se a mente a mente consciente, bem como a mente inconsciente profunda, na qual está armazenada toda a tradição, as memorias, a herança do conhecimento racial, se tudo isso pode ser posto de lado. Julgo que sim, mas só se a mente for capaz de estar percetiva sem nenhum sentimento de exi-gência, sem pressão estando apenas percetiva. Penso que é das coisas mais difíceis estarmos tão percetivos porque estamos presos no problema imediato e na sua solução imediata e, portanto, as nossas vidas são muito superliciais. Acho que a nossa investigação não deve ser em busca da solução dos problemas imediatos, mas sim para descobrir se a mente a mente consciente, bem como a mente inconsciente profunda, na qual está armazenada toda a tradição, as memorias, a herança do conhecimento racial, se tudo isso pode ser posto de lado. Julgo que sim, mas só se a mente for capaz de estar percetiva sem nenhum sentimento de exi-gência, sem pressão estando apenas percetiva. Penso que é das coisas mais difíceis estarmos tão percetivos, porque estamos presos no problema imediato e na sua solução imediata e, portanto, as nossas vidas são muito superliciais.

Devemos entender claramente que o nosso pensamento é a resposta da memória, e esta é mecanicista. O conhecimento é incompleto, e todo o pensamento nascido do conhecimento é limitado, parcial, e nunca livre. Portanto, não há liberdade de pensamento. Mas podemos começar a descobrir uma liberdade que não é um processo de pensamento, e na qual a mente está simplesmente ciente de todos os conflitos e influências que a afetam.

pag:29-31

A tecnologia Produz Cada Vez mais Lazer

O homem obtém cada vez mais lazer através da automação, do desenvolvimento da cibernética, de cérebros eletrónicos, e assim por diante. E esse lazer vai ser usado para o entretenimento – religioso ou através de outras formas de diversão ou para propósitos cada vez mais destrutivos no relacionamento entre os homens, ou, tendo esse lazer, ele irá virar-se para dentro. Existem apenas estas três possibilidades. Tecnologicamente, podemos ir à Lua, mas isso não resolverá o problema humano, assim como não o solucionará o mero uso do lazer para fins religiosos ou outra forma de diversão, os ricos querem esquecer-se de si mesmos em clubes noturnos, divertimentos, carros e viagens. Os inteligentes querem esquecer-se de si mesmos, e começam a inventar, a ter crenças extraordinárias.

É o desejo de sensação que nos faz apegar à música e possuir beleza.
A dependência de uma linha e forma externas indica apenas o vazio

Por que motivo se tornou o sexo um problema na nossa vida? Vamos olhar para isso, mas sem constrangimento, ansiedade, medo ou condenação. Porque se tornou um problema decerto, para a maioria de vós, é-o. Porquê? Provavelmente, nunca se questionaram porquê o sexo é um problema porque parece haver nele a completa ausência do eu. Nesse momento, estamos felizes porque existe a cessação da autoconsciência, do “eu”, e desejar mais disso – mais dessa abnegação do eu, na qual há felicidade completa, sem passado ou futuro, exigindo essa felicidade total por meio da fusão e integração completas – assume uma importância fulcral. Não é assim? Como é algo que nos dá uma alegria não adulterada, um completo esquecimento de nós, queremos cada vez mais do mesmo, Importa entendermos o prazer, e não tentarmos livrar-nos dele – isso é demasiado estúpido. Ninguém se pode livrar do prazer. Mas compreender a sua natureza e a estrutura torna-se essencial, porque se avida for apenas prazer, e se e isso que queremos, então, com o prazer, vêm o sofrimento, a confusão, as ilusões, os falsos valores que criamos e, portanto, não há clareza.

pag:38-41

Resumo de 05/12/2022

POR QUE RAZÃO DEVEMOS MUDAR?

Mude, e mudará o mundo

Para entendermos o eu, o que por si só pode provocar uma revolução radical, uma regeneração, tem de haver a intenção de entendermos todo o seu processo. O processo do indivíduo não se opõe ao mundo, às massas, independentemente do que o termo possa significar, porque não há massas à parte de si – você integra as massas, primeiro.

primeiro, é necessário porque, quando mudamos radicalmente, não é porcal sa da sociedade, porque queremos fazer o bem ou desejamos alcança. o ceu ou Deus, ou o que quer que seja. Mas porque é necessário em mesmo. E se amamos uma coisa por si mesma, isso gera uma enorme clareza, e e essa clareza que trará salvação, ano ge- e não as
obras e as reformas.

O nosso problema, um dos muitos que temos, é perceber como conservar esta energia necessária para que se dê uma explosão na consciência – que não é artificial, nem montada pelo pensamento, mas que ocorre quando existe essa energia não desperdiçada…
Referimo-nos à necessidade de reunirmos toda a energia para provocarmos uma revolução radical na consciência, porque precisamos de uma nova mente; temos de olhar para a vida de modo totalmente diferente.

pag:44-45