Livro 1-Não se encontrar o que procura

Data de Resumo :22/10/2022

Resumo: O livro “Não se encontra o que procura” é uma obra literária escrito por Miguel Sousa Tavares, no livro o autor explica a razão da sua escrita, diz que a escrita ensina-nos e convoca-nos à responsabilidade de entender que estar vivo não é um caso inútil nem um almoço grátis. Ele quer viver para escrever e apresenta como um amante da vida, cada momento deveria ser escrito ou contada, e cada vez que escreve é como se ele tivesse vivido duas vezes, mas o mesmo traz a experiência de vida em diferentes lugares e em diferentes situações, iniciando com a viagem á Ilha onde sentiu-se em casa, descrevendo as belas praias, belas vistas ao mar, e no final da viagem o autor deixa claro que quer repetir a viagem. Em suma nós escrevemos para que outros saiba da nossa história e não para nós mesmo.

30/10/2022

Pg-31-37

Resumo: Autor estava sentado na varanda do quarto do hotel em frente ao Bósforo, uma tempestade solta e furiosa rasga os céus com relâmpagos que atravessam todo o horizonte em frente desliza em direção à Anatólia.

O autor revela que “sempre facionou por tudo o que é confusão de povo de civilizações”. Ele gosta de campo abertos e despojando e gosta também das cidades caóticas e confusas. Uma das cidades que tem tudo que ele precisa para se perder é Istambul.

Quando julgamos que estamos no oriente, parece-nos uma loja de Gucci, quando julgamos que estamos no ocidente, o canto do muezzin, vindo das várias mesquitas da cidade, devolve-nos à essência do lugar. É como se eles estivessem passado por ali a muito tempo.

Desde que Nelson derrotou a esquerda franco-espanhola em Trafalgar, nunca mais a França tinha conseguido desperta tanta atenção em Inglaterra. E quem o conseguiu foi uma italiana, vagamente francesa e recentemente primeira -dama. A Monarquia é a única escola do mundo onde se ensina aos alunos a artes de olhar sem desvendar.

13/11/202

Pg:39-48

O autor sempre aprendeu a viajar com a mãe dele,ela disse “Miguel, viajar é olhar”.

O autor nunca esqueceu esta frase e do seu significado. E o mesmo aprendeu que um viajante é o que guarda nos olhos o que viu e transmite por palavras o que os autores não viram, aprendeu também que vemos o que vemos, o que queremos ver e o que ninguém mais enxerga. Há alguns lugares do mundo, tocados pelo homem, aonde eu cheguei e fiquei devastado pela sua beleza um desses lugares é a Praça de S. Marcos. Mas só há duas construções humana onde eu chorei ao encontra: Catedral de Brasília e Museu Niemeyer.

Brasília nasceu do sonho de alguns visionários e do esforço e fé dos imigrantes do “pau-de rara”, que aqui construíram e povoaram uma cidade Niemeyer, ao contrário de muitos outros arquitetos, não gosta de linhas rectos, tudo é curva e suave, até a rampa do Museu Niemeyer. Quando ele chorou ao entra pela primeira vez na catedral de Brasília, foi porque o autor sentiu que estava próximo dos Deuses.

18/11/022

Pg:49-59

O autor divorciou duas vezes e se casou três, nenhuma delas pela igreja. Isto significa, a ver dele três coisas:uma,que ele não é católico, duas, que ver o divórcio como a forma natural e, três, que apesar de tudo, o autor contínuo a acreditar no casamento. Mas nada disso impedi que ele discordar com Valencia da nova lei do divórcio, feita PS com votos a favor do PCP e claro, do BE.

Aos 89 anos morreu Alexander Sobjenítsin, foi herói de guerra contra o nazismo e prisioneiro de consistência contra o estilismo, enfrentou e derrotou a URSS.

Ele aprendeu que viajar é olhar e o mesmo continuo a olhar, para que a viagem não acabe nunca. Mesmo que a luz que guia o olhar do autor apagar e o mundo ficar só de sombra ele dira à maneira de Neruda: “Confesso que vivi”.

Outono era, um território escuro e triste, que era preciso atravessar em direção aos dias longínquos de sol e verão, nenhum a outra estão do ano muda tão subitamente como o verão muda para dar lugar ao outono. Há qualquer coisa de morte, de irreparável, no fim de cada verão é como a morte da alegria.

26/11/2022

Pg:61-70

O Stevenson, comprou um grande terreno na ilha de Upolu, com pouco ano de vida devido uma doença pulmonar desde a infância, e por sua compra foi respeitado pelas pessoas da ilha. Pouco tempo depois, ele conheci a mulher da sua vida, em uma viagem de Escócia á América, uma mãe divorciada de dez anos mais velha do que ele, após encontro o seu grande amor, parte sua aventura pelo mundo.

Em 1883, publica o seu primeiro romance ” A Ilha do Tesouro”, para adolescentes ao longo do tempo o livro tronou-se uma grande marca-d’água que não se pode esquecer de idade em idade e de geração em geração.

Após isso o Stevenson, fala da biografia do seu amigo Hemingway, sendo um homem vivido, e de cheio de aventuras, de um caracter complicado, e egocêntrico, sendo um mulherengo, casado com a mulher, e tendo lamentado por isso, aos 19 anos apaixonou-se pela primeira vez teve um final triste, suicidou-se aos 62 anos, assim como o seu pai. Mas ao longo da sua vida do Hemingway fez-se de tudo.

4/11/2022

Pag-71-80

Morreu Carto Maltese nas mãos de Hugo Pratt, morreu exatamente com centos anos, pois que Pratt situara o seu nascimento em 1887, O Prott conheceu o Corto Maltese pela mão de um amigo, talvez, uns quinze anos. Curto Maltese era uma espécie de herói referencial para ele, um misto de cultura e de instinto, de romantismo, curto não era um verdadeiro herói clássico um Sandakan ou Rolin Hood, era um viajante que olhava e pensava enquanto viajava

No dia 26 de dezembro o autor revela que gosta do Natal e não gosta de quem não gosta do Natal, odeia a pornografia dos presentes, mas gosta sinceramente do resto: as iluminações das ruas, o “cepo “comunitário que arde nas praças das aldeias alentejanas.

Em 11 de janeiro no Centro Cultural de Cascais, audição de piano o ator viu o seu filho Martim, que tem dezassete anos de idade. Vejo-lhe avançar para o piano, esfregar os dedos para os aquecer, regular o assento para a altura do seu filho, e fazer uma pausa, respirar fundo e atacar Schubert. E, de repente, este miúdo, que eu julgo conhecer tão bem, transmuda-se numa outra pessoa, que está fora do mundo e das misérias do mundo. Partiu para o planeta Música e é como se já nada mais o pudesse atingir ou distrair. A música leva-o para onde ele se encontra consigo mesmo e onde tudo faz sentido.

11/12/2022

PG:81-90

Há, pelo menos, uma coisa que não mudou no verão de Angra: essas trovoadas apocalípticas dos finas de tarde e essa chuva devastadoras que se abate sobre nós como se quisesse lavar-nos de todos os males. E o autor fica sentado na varanda, vendo os relâmpagos serpentearem à volta dele, os trovoes rebentarem montanha abaixo com um fragor de raiva assustadora e , depois, a carga de água que limpa a humidade pegajosa “à flor da pele”, faz baixar a temperatura e varre todas as mortes inaceitáveis e todas as desilusões se cura. Sentado na varanda, de frente para o mar e para a tempestade ,que ele começou a escrever um novo livro, cujas primeiras palavras forma: “No fim, Tu morres”.

Em 21 de fevereiro

O Iraque foi o único dos países do mundo onde o Zé Megre não teve tempo de ir para poder chegar céu gabando-se de ter conhecido a terra inteira.Por ironia do destino,ele estava no Alentejo,quando recebeu a notícia da morte do Zé.

Zé Megre foi foi um bom amigo, generoso e extremamente entusiasmado com a vida. Um dos raríssimos portugueses onde podíamos ainda adivinhar a herança.

21/12/2022

Pg:91-100

Anteontem, antes de atravessar o Atlântico para vir ao vosso encontro, eu estava numa cidadezinha do Algarve, no sul de Portugal .A cidade chama-se Lagos, tem não mais de 25.000habitantes durante o ano inteiro, expecto durante os dois meses de verão, em que os turistas portugueses e estrangeiros, acrescentam largamente esse número.

Queria falar-vos dessa pequena cidade ao sul de onde acabo de chegar, como forma de vos falar dessa cultura, ou civilização, mediterrânica ,de que Lagos faz parte e exemplifica e de que eu sou tributário, discípulo e cada vez mais admirador.

A minha casa fica ligeiramente fora da cidade, num campo ainda meio despovoado e num pequeno terreno rodeado de pinheiros bravos que a cercam e escondem, como convém as memórias e aos segredos que não são partilháveis. Nesses dias, eu gosto de acorda de manhã cedo, assim que oiço o canto das rolas que dormem nos pinheiros do jardim. Há duas maneiras de Lagas, vindo de leste, como eu: ou de carro até ao a margem do rio que ali desagua e que corre paralelo a toda a cidade.

Foi pela mão da mãe do autor ,que ele descobri a Espanha, que descobri o Velázquez, o Goya, o Picasso; que descobre a luz da Roma, que é parecido com a de Lisboa, uma luz suave que recorta com uma nitidez incrível esquina de cada edifício, de cada monumento; foi por suas instruções que descobri a Grécia. Portugal e a Grécia estão falidos sem remissão e que a Espanha e a Itália seguem dentro em breve pelo mesmo caminho.

É certo que a Grécia falsificou as contas públicas para esconder a situação em que se encontrava Espanha deixou crescer uma onda especulativas; Itália, nem se entende como, é governada por um louco irresponsável.

23/12/2022

Pg:101-107

Não existe Europa sem os países do Sul. Não existe Europa sem aquilo que fez a Europa: a civilização mediterrânea, greco-romana, árabe e judaica. Foi do sul que a luz irradiou para toda a Europa. Quem diz que a Grécia não é sustentável na Europa não sabe nada da História. Foi o Império Romano, cuja queda fez mergulhar toda a Europa naquilo a que historiadores chamaram o longo sono medieval, do que o continente inteiro só emergiu com o Renascimento italiano e com a expansão marítima de portugueses e espanhóis.

Eu atravessei o Atlântico para vos vir falar daquilo que me faz escrever. Porque é que escrevo, para que é que escrevo. Pois bem, eu escrevo para mim e para os outros.

Para mim, por necessidade: porque esta é a minha forma de expressão essencial desde que conheço, desde que, aos dez anos de idade, descobri que gostava de contar histórias sobre a forma de escrita. Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares demais, já não escreves porque não te resta nada para dizer. Para terminar, queria dizer-vos uma coisa muito sentida. Com esta, é a quarta vez que eu venho ao Brasil este ano e a quadragésima terceira desde que aqui vim pela primeira vez, em 1978. Eu sei que isso não faz de mim um brasileiro, nem sequer honorário.

Eu merecia ser brasileiro. Por um decreto do Congresso que rezasse assim: “Por tão excessiva e fiel paixão, declaramos o cidadão Miguel Sousa Tavares brasileiro do coração.”

26/12/2022

Pg:109-132

Dois anos depois, regresso a Sicíla e só por amor. Mas, de Palermo, eu não espero muito e a cidade, zangada, devolve-me quase nada. Os sinais da antiga soberba sucumbiram, a vista de quem passa , a dezenas de anos de gestão caótica, retrato de um mezzogiorno que deixou de ser cinematográfico.

Na verdade, vim aqui apenas por um hotel sobre o qual li uma história apaixonante: Vila Egeia. É um palácio , um castelo, sobre a água em frente a cidade , do outro lado da baía e do Monte Pellegrino. Neste caso, o que me fascina não é saber que Eduardo VIII ou Jackie Kennedy Onassis que estiveram, mas que quem o mandou construir , em finais do século XIX, foi o grande armador siciliano da época, Ignazio Florio.

Junto com um outro sócio, Florio criara, em 1881 , a Navigazione General Italiana (NGI). Nos finais do século XIX, a NGI foi o principal veículo para a emigração maciça de sicilianos e italianos para Estados Unidos e Brasil. E, em 1926, a NGI lançou ao mar o mítico Roma, que Fellini imortalizaria numa inesquecível cena do Amarcord.

Uma vez, uma única vez na minha vida, há uns anos, recorri a ajuda psiquiátrica porque achei que aquilo que tinha de enfrentar era demasiado forte para a minha capacidade de luta e resistência. Compareci, totalmente vulnerável e disponível, as três primeiras sessões. Ela ajudou-me, e muito, o suficiente para eu ir-me embora, antes que me tornasse dependente da sua ajuda. Ajudou, dizendo-me uma coisa de que nunca mais me esqueci: “Você tem uma grande defesa contra o mundo e contra tudo: escreve. E escrever é como construir uma fortaleza contra os ataques de fora.”

Como dizia a minha mãe, faz-se sempre a um escritor a mais estúpida das perguntas: “Porque escreve?”

Na maioria das respostas que tenho lido, os “arguidos” respondem com o facto de não conseguirem conter-se, de sentirem uma necessidade invencível de escrever até caírem de exaustão. Escrever seria assim uma espécie de vício, de condenação a que os escritores não poderiam escapar.

Invoco-te agora porque sei que me ouves , que os que amamos não morrem pela morte, só morrem em vida. Invoco-te , mãe , porque hoje , Domingo de Páscoa , foi um dia muito duro para mim. Como podes ver , vou recuperando , devagar no corpo e pior no rosto. Mas , ontem, estive em Lagos , na Ponta da Piedade , olhando as nossas grutas- o meu território de infância, a luz da tua poesia.

28/12/2022

Pg:133 – 143

Nesta noite, não sei porque, a insónia deu-me um desejo absurdo de mexilhões, coisa obviamente inconsumável as quarto da manhã.

Manhã de sábado, levanto-me de mal com mundo e ciente de que só uma razia no mercado de peixe me poderia acalmar os humores de uma noite mal dormida. É preciso aguentar uma noite de insónia a pensar em mexilhões para os encontrarmos logo de manhã : foi o que me sucedeu , mal entrei na Ribeira. Satisfeita a prioridade número um, acalmada esta ânsia de bivalves , procedi tranquilamente a minha escolha de espécimes para um fim-de-semana só de peixe. Como não era muito grande acrescentei-lhe umas douradinhas, pequenas.

Estava uma manhã de Janeiro linda, reunindo tudo o que sonhava para este dia – a luz e o peixe. Enquanto o carvão ia ficando “no ponto”.

Metade dos mexilhões, entretanto, foi usada como abridor do apetite , acompanhado um vodka tónica no pátio.Aprendi na Ericeira ( onde se comem os melhores mexilhões do mundo) esta maneira, que é mais simples e sumptuosa forma de cozinhar mexilhões: consiste simplesmente metê-los sobre a brasa até que abram, não completamente.

Há dias, num hospital , um médico bem intencionado entregou-me um folheto com a alimentação recomendada para prevenir o colesterol. Sem surpresa , constatei que tudo , rigorosamente tudo o que é bom, estava proibido, incluindo o peixe que não seja azul e cozido ou grelhado.

1/01/2023

Pg: 144-148

Descobri que, afinal, odeio afastar-me de Portugal.

O problema não é tanto as saudades de casa e dos nossos confortos de alma o cozido a portuguesa, os jornais do fim-de-semana , o futebol ao domingo e A Bola a segunda-feira , mas talvez antes o facto de me afastar da Pátria pelo ar.

Foi em Nápoles, durante uma visita organizada pelo NATO para jornalista. Disseram-me que íamos visitar uma porta-aviões, coisa que não me preocupou nada, porque da janela do meu hotel eu tinha, de facto, visto um porta-aviões – o Eisenhower – acostado no porto. Porém, de manhã, quando me foram buscar, em vez de nos dirigirmos ao porto, levaram-me ao aeroporto. Perante as minhas dúvidas, explicaram-me que o barco que eu ia visitar não o Eisenhower mas sim o Nimitz.

Desgraçadamente, porém, o capitão ou era um incompetente ou um mentiroso. Fizeram-me atravessar a pista e , chegados ao pé de uma coisa horrorosa com porcas e parafusos à vista, que mais tarde vim a descobrir ser um avião de luta antissubmarina.

6/01/2023

Pg: 149-167

Em contrapartida, quando eu já tinha mergulhado num torpor de condenado à morte, ouço a voz dele berrar-me nos auscultadores que o USS Nimitz estava bastante ao largo, pelo que a viagem ainda iria durar algum tempo. Eles tinham-me atrevido afinal, iam-me fazer aterrar num porta-aviões. Já tinha refeito o meu testamento três vezes, quando de repente o avião mergulhou numa desvairada curva sobre a asa, que me permitiu, pela primeira vez, ver, alguma coisa através de uma minúscula janela à minha direita.

Depois do Nimitz, dir-se-ia que já nada me poderia impressionar. Apanhei duas tempestades de noite sobre os Açores, com poços de ar de onde o avião caía tão desamparado como se, de repente, se tivesse esquecido que era um avião. Mas, pior, pior que tudo, foi a minha viagem nas profundezas da selva amazónica, a bordo de um monomotor que só pegava de corta.

No meu livro Sul conto em pormenor essa meia hora de terror, sentado ao lado de “seu” Junqueirão, o proprietário e piloto da inesquecível Junqueira Airlines, que Deus mantenha nos céus por muito tempo.

Hoje foi a minha primeira vez de subir ao placo e falar para uma assembleia compacta e, como sempre aqui, interessada e participante. Falei-lhes do livro que acabei de escreve e da extraordinária viagem ao deserto que o inspirou. Depois, tive de dar autógrafos.

Tinha um carro alugado à minha espera e parti para três dias de viagem por Minas. Se não conhecer Minas, até pode dizer que conhece a Amazónia e a Acre, mas não conhece o Brasil !”

A primeira etapa foi longa e cansativa, até uma estalagem junto a São Lourenço, na montanha, onde o Senhor D. Pedro II vinha a águas .

Uma saltada a São João del-Rei do Rio das Mortes, terra natal de Tancredo Neves e do seu neto e actual governador de Minas, Aécio Neves, um dos mais fortes candidatos a suceder a Lula como presidente do Brasil, juntamente com o governador de São Paulo, José Serra, a quem me apresentaram na Mantiqueira e que me pareceu bem aéreo.

06/01/2023

Pg:169-237

O Portugal do século XIX é um país rural, analfabeto e miserável. Vive cortado do mundo “civilizado” que se passa em Paris, Londres, Flandres, Alemanha, Norte de Itália ou Barcelona. Tem oitenta por cento de analfabetos, uma imensa taxa de mortalidade infantil e, mesmo no Porto, ainda se vive as sequelas de uma epidemia de peste bubónica, uma doença medieval.

Em 1878 e 1911 , a população de Lisboa quase duplica. No Porto , a população passa de cinquenta mil almas, em 1820, para duzentas mil em 1911. Mas como nota José Hermano Saraiva, ” só uma parte dos que saíram dos campos consegue integrar-se na estrutura urbana. Cento e trinta e seis mil portugueses emigram entre 1895 e 1899; 115 mil anos cinco anos seguintes e mais 194 mil nos cinco anos finais da Monarquia, entre 1905 e 1909.

Ao despedir-se do século XIX, a Europa parecia assim mais ocupada em celebra o seu estádio civilizacional e mostrar os seus progressos do que em tentar adivinhar o futuro. Apesar de tudo, havia alguns visionários, regra geral otimistas.

No Norte da Europa, particularmente em Inglaterra, os intelectuais comunistas mais brilhantes seguiram uma via aparentemente mais condenável, mas humanamente mais difícil e mais arriscada: a da traição. Em França, Portugal, Espanha, Itália, Grécia, onde os Partidos Comunistas tinham uma maior força popular, o combate travou-se, não nos subterrâneos do aparelho de Estado, mas à luz das consciências, no campo da opinião.

Na correia do Norte, apoiada pela URSS e pela China de Mão Tsé-Tung, instalou-se uma paródia de socialismo que ainda hoje subsiste, por entre a miséria do povo e a glorificação pessoal de Kim-I1-Sung; os Rosenberg eram mesmo espiões ao serviço da URSS, como o comprovaram documentos secretos de ambos os lados, entretanto divulgados; e , quanto à crise dos mísseis de Cuba de 1962, trotou-se de uma clara provocação de Khrushchev à presidência de J.F.Kennedy.

Winston Leonard Spencer Churchill, neto do sétimo duque de Marlborough e filho de Lord Randolph Churchill, veio ao mundo para ser célebre, poderoso, influente e temido. Quando aquele que viria a ser o mais admirado dos primeiros-ministros ingleses nasceu, na noite de 30 de Novembro de 1874.

Lady Randolph Churchill tinha à sua disposição dez criadas para ajudarem o médico e trezentas e tal divisões ainda disponíveis no castelo aonde trazer ao mundo o seu filho primogénito. Nascido em berço de ouro, membro da reduzidíssima elite aristocrática que governava a Inglaterra, por sua vez, governava então o resto do mundo .

Chegando a Cuba, Churchill não perdeu tempo a juntar-se às forças espanholas, que em plena selva procuravam uma coluna de quatro mil guerrilheiros. Poucos meses depois, Churchill está em Bangalore, na Índia, quartel-general do 4º de Hussardos.

08/01/2023

Pg: 239-267

No rescaldo da I Grande Guerra, o sonho de Lawrence foi atraiçoado pela ambição colonial das potências vencedoras. Amargurado e atormentado pelos remorsos, viveu o resto da sua vida alistado como soldado raso na Força Aérea e nos tanques, sob nomes falsas.

Thomas Edward Lawrence, como gostava de ser chamado – tinha vinte e um anos quando pela primeira vez realizou o seu sonho de viajar no Médio Oriente, como um árabe. Passou nove anos seguidos no Médio Oriente, primeiro como arqueólogo, depois como organizador da Revolta Árabe contra a Turquia.

E quando regressou a Inglaterra, em 1918, passou os restantes dezasseis anos da sua vida torturado pelo remorso de quem servira simultaneamente duas nações e duas causas que os meandros da política revelariam irreconciliáveis: a Inglaterra, Oxford, Império e a Arábia, onde estava os homens que conduzira ao combate, em nome da Inglaterra e contra a promessa de lhes da, no final, a independência.

Lawrence era o mais brilhante, inteligente e corajoso oficial do Bureau Árabe do Corpo Expedicionário inglês no Médio Oriente, durante a guerra de 14-18.

No final da guerra de 14-18, Inglaterra emergia vitoriosa, à custa de um pesado balanço: um milhão e duzentos mil ingleses tinham sido mortos e dois milhões tinham regressado estropiados da estúpida guerra de trincheiras da Flandres. Para a opinião pública atordoada só um homem se destacava como verdadeiro herói naquela guerra: Thomas Edward Lawrence, o mítico Lawrence da Arábia, que lá longe travara outro tipo de guerra, mais poética e, apesar de tudo, menos suja que a sua guerra de gases e de obuses dos canhões Krupp dos campos da Flandres e da França.

Pouco mais conseguiu fazer do que recruta na Força Aérea: a imprensa descobrira a sua verdadeira identidade e o soldado Ross tornou-se um embaraço para a RAF. Despedido alistou de imediato na Brigada de Tanques, de Dorset, sob o nome de T.E. Shaw. Em 1925 foi readmitido na RAF como mecânico de aviões.

Quando quero escreve um romance, começo pela história. E, a seguir, pelos personagens. A história e as personagens são o coração, o sangue e sistema circulatório de um romance.

A função do escritor é ser um contador da história que lhe apareceu ou que ele procurou e fez com que aparecesse. A sua função não é , então , a de complicar, distrair, minimizar a história, achando-se ele e a sua escrita maiores do que a própria história. Aprendi que para escreve é preciso ter um imenso respeito pelas palavras; ter medo das palavras.

O que é fascinante nos livros não é o facto de eles serem, que não são , uma antologia e corrente da existência. É a capacidade de criarem a sua própria existência inventarem uma história ainda por contar, num tempo em tudo já parece contado e recontado . Pois o que pretendo dizer é que não acredito que um livro, um romance, seja apenas a “antologia” corrente da existência”. é muito mais que isso: está para além do banal, do corrente , da existência, justamente , os livros servem para ajudar a quem escreve e a quem lê, a fugir do banal, do corrente e da existência.

Biografia do autor :

Miguel Sousa Tavares nasceu em 25 de junho de 1952 no Porto . Depois de se  ter licenciado em Direito, exerceu advocacia durante 12 anos, atividade da qual abdicou para se dedicar em exclusivo ao jornalismo, uma paixão que lhe tem valido diversos prémios como repórter, entre os quais o Grande Prémio de Jornalismo de Clube Português de Impressa e o Tucano de Ouro, 1º Prémio de reportagem televisiva do Festival de Televisão e Cinema do Rio de Janeiro.

Depois de incursões no domínio da literatura infantil e de viagens, estreou-se no romance, em 2003, com Equador, que vendeu mais de 400.000 exemplares em Portugal, estando ainda traduzido em 11 línguas e editada em cerca de 30 países, como adaptação televisiva em Portugal e Brasil.

Livro 2: Psicologia Informática: Interfaces E Desafios

Data do Resumo: 23/10/2022

Número de páginas: 9 á 16

Resumo: Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP) constitui um grupo de trabalho sobre Atendimento Mediado pelo computador, que procura atender a três necessidades básicas na ária de Psicologia e Informática:

-Desenvolvimento uma posturar crítica em face da influência da informatização nas relações humano;

-Refletir sobre a ética e a cientificidade nas pesquisas em Psicologia e Informatica.

-Considera aspetos prático da interação humana mediada pelos computadores e do trabalho psicológico auxiliado pelo computador. No final de ano 1990, os psicólogos brasileiros foram desafiados a enfrentar um de problemas novo que é o das interações e influência mútuas entre os computadores e seres humanos. A história humana está em fantasias em torno da criação de seres artificiais, que imitiam o humano. A relação do humano com as criaturas artificiais é uma história muito longa e vem sendo povoado de intensos e apaixonados debates desde os tempos gregos.

28/10/2022

Pg-17-21

No século XX, em diversas versões, os robôs dominaram nosso imaginário.

O interesse por esse mapeamento histórico-cultural da relações entre humano e o artificio torna-se recupera vários aspetos dos momentos iniciais do surgimento da informática. A recuperação, baseada em documentação estritos, de ideias de Alan Turing e John Von Neumann, mostra que o computador moderno surge como um objeto misto.

No final de anos 1970, a inteligência artificial (IA)-disciplina inaugurada oficialmente em 1956, já era um campo institucionalmente bem-estabelecimento, marcado por seus congressos, publicações e associações. Desenvolvidas sobretudo nos Estados Unidos, a maioria das pesquisas em IA se subdividiam em dua categorias:

1ª Engenharia do conhecimento (ou sistema experto) que trabalha com os “programas mentais”

2ª Robótica industrial, que buscam construir máquinas que fazem o que poderia ser chamado “jogo de crianças “movimento simples etc.

Sherrey Turkle (1984) pontua que no decorrer dos anos 70.a IA invadiu o campo da psicologia. Para o pesquisador de IA, a ideia de programa tem valor transcendente, é tomado como a chave, o termo que até agora faltava para solucionar mistérios intelectuais.

06/11/022
Pg-22-26

Resumo: O programa Eliza foi desenvolvido pelo cientista Joseph Weinzenbaum (professor do departamento de Engenharia Elétrica e ciência da computação do MIT).Tal programa é um dos famosos e populares da história da informática Eliza realizava uma interação básica com o usuário, simulando uma espécie de “psicoterapeuta rogeliano”, pois transformava as frases digitadas pelos humanos e “devolvia “perguntas que alimentava o ” diálogo”


Dez anos depois de ter inventado o Eliza, Weinzenbaum passou a ser um crítico dos programas de IA. Weinzenbaum admitia que a IA poderia chegar a um programa inteligente capaz até de conservar como um psicanalista ,no entanto afirmava que esses computadores inteligentes “serão membros de espécie diferente da nassa”.
Turkle predomina uma rejeição á ideia de que os computadores possam vir a funcionar de fato como terapeutas, associada á afirmação do filósofo Hubert Dreytus de que, para serem inteligente, “os computadores precisavam possuir um corpo.
A potencialidade trepidada pela informática na cultura vem sendo apontadas por diversos autores.

12/11/2022

Pg:27-39

O discurso da pós-modernidade, que se acentuou significativamente após a “Vitoria” do pensamento neoliberal ao final dos anos 80, pare vir servindo especialmente ao propósito de um certo desmonte pensamento e diálogo críticos. Internet não significa fechar -se ao fato de que a subjetividade humana é essencialmente um processo coletivo de produção permanente.

O cento de Estudo de Sexualidade Humana – Instituto Kaplan é uma Organização Não Governamental (ONG) sem fins lucrativos, fundada em outubro de 1992, cujo proposta é conciliar a capacitação profissional em sexualidade humana com o atendimento a população.

O S.O.Sex -Serviço de Orientação Sexual (Por telefone) foi transferido para o instituto Kaplan logo após sua fundação. Sua principal proposta é orientar a população por telefone, sobre os aspetos biológicos, psicológicos e socioculturais da sexualidade. A orientação era feita voluntariamente (sem ganho algum)por profissionais do instituto(psicólogos, médicos, enfermeiros e etc) .

O.S.O.Sex Online-Serviço de orientação sexual via Internet foi fundado em novembro de 1998, como forma de ampliar ainda mais o alcance do serviço. O serviço conta com uma página, na qual as pessoas fazem a pergunta e recebem a resposta, após alguns dias, no se e-mil, e o mesmo ( O.S.O.Sex Online-Serviço de orientação sexual) também é totalmente voluntario .

A orientação sexual via Internet, pontua,não-processual possui diversas vantagens. Sendo as principais vantagens são: Resolução efetiva de dúvidas, aproximação do profissional psicólogo a população, maior alcance de trabalho favorece o desenvolvimento profissional etc.

Ambos serviços entretanto,possuem também algumas desvantagem.As principais são:

Inviabilidade de acompanhamento do caso; Limitação na identificação de emoções; Impossibilidade de maiores esclarecimento e Atendimento de uma parcela privilegiada da população.

19/12/2022

O Mix Brasil é um site sexualmente orientado cujo editor chefe ,André Fisher ,é também responsável pela seleção dos filmes exibidos no festivais de Manifestações da Diversidade Sexual .O Mix Brasil é uma revista virtual atualizada diariamente situada no Universo On Line. Seu conteúdo era inicialmente dirigido ao público definido como GLS(Gays, Lésbicas, e Simpatizantes) mais esta sigla já não comporta mais as diversidade subjetivas dos seus leitores.

É inevitável que agrupamentos sociais se diferenciem e se representem segundo traços identificatórios sexuais, raciais, nacionais,éticos,,religiosos e,porque não(embora possa parecer anacrônico),de classe .Mas esperar que a marca identitária de conta da subjetividade .

Neste sentido definir os leitores do Mix a partir de suas identidades sexuais é perfeitamente dispensável para qualquer um que tinha um olhar psicanalítico para a realidade,uma vez que as categorias identitárias são próteses subjetivas que nada dizem dos sujeitos particulares e nem de sua historia de vida ,angústias latentes ,conflitos inconscientes,vida fantasmática e libidinal .

“A particularidade do homoerótico em nossa cultura não se deve à pretensa uniformidade psíquica da estrutura do desejo comum a todos os homossexuais.”

O que Jurandir Freire Costa sugere é que não há uma “personalidade”, “estrutura” homossexual que tornaria os usuários do Mix, por exemplo um grupo mais homogêneo, uma vez que seria composto de pessoas com traços psíquicos semelhantes. Pra fins didáticos podemos dizer que o Mix Brasil é uma espécie de Playboy da diversidade sexual ,e que as imagens e os discursos neles situados não obedecem a lógica sexual moralmente hegemônica.

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