Resumo Capítulo 4 – Manipulação direta e ambientes virtuais. Pag. 73 – 77

Neste capitulo temos como objetivos:
• Discutir como projetos de sucesso baseados em manipulação direta revolucionaram o uso do computador
• Debater as razões do sucesso de tal técnica e a apresentação de situações
onde seu emprego não é aconselhável
• Apresentar ambientes de desenvolvimento baseados em manipulação direta
• Apresentar sistemas de automação de lares, de manipulação direta remota
e de ambientes virtuais.

Introdução
Para SHNEIDERMAN e PLAISANT as características de sistemas
interativos que realmente fazem a diferença são a visibilidade de objetos e
ações e a possibilidade de se tomar ações rápidas, reversíveis e incrementais. Interfaces devem possibilitar a manipulação direta de objetos e ações
relacionados ao domínio da tarefa. Ao interagirem com interfaces com essas
características, usuários reportam sentimentos positivos como:

• Domínio da interface;
• Competência em realizar as tarefas;
• Facilidade de aprendizado tanto de funções básicas como avançadas;
• Confiança de que continuarão a dominar a interface mesmo se deixarem
de usa-la por algum tempo;
• Satisfação ao usar o sistema;
• Vontade de ensinar aos outros;
• Desejo de explorar aspectos mais avançados do sistema.
Nesse capitulo discutiremos sistemas que incorporam algumas dessas
características.

  1. Sistemas baseados em manipulação direta
    1.1 Editores de texto
    Processadores de texto e planilhas eletrônicas estão entre os primeiros aplicativos que se utilizaram do conceito de manipulação. A estratégia ajudou a revolucionar os escritórios de tudo o mundo. Um dos pilares para dessa abordagem é o conceito WYSISYG, do Inglês What you see is what you get, o que em tradução livre seria o que você vê é o que você leva, ou seja o que você vê na tela, é o que sairá na impressão. Hoje em dia isso até parece trivial, mas no passado não muito distante, existia a necessidade de se elaborar uma série de
    comandos antes para se imprimir uma página de texto no formato desejado. Portanto, não se tinha segurança se a página sairia como se queria. Outra melhoria muito importante e revolucionária para época foi o fato da tela ter assumido um formato de “página”, exibindo o texto completo. Negritos, sublinhados e itálicos também passaram a aparecer na tela de forma natural. O uso do cursor e mouse permitiram que os utilizadores dessas ferramentas selecionassem diretamente a parte do texto a ser afetada por um comando de formatação,
    por exemplo. Nos modernos processadores de texto, as ações são facilmente revertidas, o que da muito mais conforto e segurança para o utilizador. Pode-se afirmar que uma pletora de ferramentas surgiram a partir do desenvolvimento de processadores de texto, tais como softwares de apresentação de slides (por exemplo, Powerpoint), planilhas eletrônicas e softwares para publicidade (publishing).

A Figura 34 mostra uma antiga tela do “não saudoso” software de edição de textos, Wordstar.

Figura 34 – Modelo de tela do wordstar, software de edição de texto

1.2 Planilhas eletrônicas
Dan Bricklin e Bob Frankston criaram a primeira planilha eletrônica, o VisiCalc. Dan estava frustrado em ter de fazer cálculos repetitivos durante as tarefas do curso de negócios de Harvard. A ferramenta, conforme descrita pelos seus criadores era uma “planilha eletrônica de cálculo automático” que permitia computação e exibição imediata de resultados em células espalhadas entre as 254 linhas e 63 colunas. A simulação da planilha de trabalho de um contador facilitava o entendimento de um usuário acerca dos objetos e de quais ações poderiam ser realizadas sobre eles. Usuários de planilhas eletrônicas podem, por exemplo, tentar planos alternativos e observar seus efeitos em vendas e lucro. No primeiro contato com o programa, usuários ficavam maravilhados ao verem as células da planilha se recalcularem automaticamente quando determinado valor em outra célula era alterado. Era como o computador estivesse fazendo o trabalho deles bem debaixo de seus olhos.

Obviamente muitos outros concorrentes apareceram e incluíram outras funcionalidades como a capacidade de se gerar gráficos e até banco de dados e o VisiCalc saiu do mercado. Mas a contribuição dos dois alunos não mudou somente os escritórios de todo mundo, ela ensinou uma importante lição aos projetistas de sistemas interativos: O valor da manipulação direta.

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