REPRESENTAÇÃO DOS DADOS: TABELAS, QUADROS E GRÁFICOS

O texto aborda a representação de dados por meio de tabelas, quadros e gráficos. Tabelas são apresentações sistemáticas de dados em colunas verticais ou fileiras horizontais, facilitando a compreensão e interpretação rápida. A simplicidade é valorizada, e quando há muitos dados, é preferível usar várias tabelas para preservar a clareza. As regras para o uso de tabelas incluem identificação, título ordenado em forma de pirâmide invertida e indicação das fontes.

Autores diferenciam tabelas e quadros, sendo as primeiras construídas com dados do próprio pesquisador e as segundas baseadas em dados secundários. Gráficos, como figuras representativas de dados, podem evidenciar visualmente aspectos significativos. Existem dois grupos de gráficos: informativos, que buscam fornecer conhecimento da situação real do problema estudado, e analíticos, que além de informar, fornecem elementos para interpretação, cálculos e inferências. Diversos tipos de gráficos são mencionados, como lineares, de barras, circulares, pictóricos, entre outros.

CONCLUSÕES

As conclusões representam a última fase do planejamento e organização de um projeto de pesquisa, destacando os resultados finais considerados relevantes. Elas devem estar diretamente relacionadas à hipótese de investigação, validando ou refutando seu conteúdo. De maneira formal, as conclusões consistem em uma exposição factual do que foi investigado, analisado e interpretado, oferecendo uma síntese comentada das ideias essenciais e dos principais resultados de forma clara e precisa. Ao redigir as conclusões, é importante apontar os problemas não resolvidos, sugerindo áreas para estudos futuros pelo autor ou outros pesquisadores. Geralmente, vão além de meros conceitos pessoais, apresentando inferências sobre os resultados e destacando aspectos aplicáveis a fenômenos além dos objetivos imediatos. A conclusão é crucial para dar uma sensação de finalização ao trabalho científico, sendo geralmente uma das últimas partes a serem redigidas, juntamente com a introdução.

Relatório

O relatório é uma exposição abrangente da pesquisa, abordando desde o planejamento até as conclusões, destacando os processos metodológicos utilizados. Deve ser formulado com base na lógica, imaginação e precisão, utilizando uma linguagem simples, clara, objetiva, concisa e coerente. A finalidade principal é fornecer informações detalhadas sobre os resultados da pesquisa, destacando sua relevância.

Ao redigir o relatório, é crucial manter objetividade e estilo, utilizando uma expressão impessoal e evitando frases que contenham julgamentos de valor. O relatório deve se concentrar em descrever e explicar as informações, sem a intenção de persuadir.

Conforme apontado por Selltiz (1965:517), o relatório deve abranger quatro aspectos principais:

a) Apresentação do problema abordado no estudo.

b) Detalhes sobre os processos de pesquisa, incluindo o plano de estudo, método de manipulação da variável independente (caso o estudo envolva uma experiência), descrição da amostra, técnicas de coleta de dados e método de análise estatística.

c) Apresentação dos resultados obtidos.

d) Dedução das consequências a partir dos resultados alcançados.

2 – Amostragem

Quando é inviável estudar uma população em sua totalidade, recorre-se à amostragem para coletar informações representativas. O desafio é escolher uma amostra que seja fiel ao todo. O universo/população (representado por XN) engloba todos os elementos com uma característica comum. A amostra (representada por Xn) é uma porção selecionada do universo. O universo depende do tema, e a amostra é determinada por técnicas específicas. A amostragem pode ser probabilista ou não-probabilista, sendo o processo de escolha da amostra o ponto de divisão entre elas.

AMOSTRAGEM PROBABILISTA

As técnicas de amostragem probabilista, também conhecidas como aleatórias ou ao acaso, foram desenvolvidas teoricamente a partir da década de trinta. Sua característica principal é a capacidade de ser submetida a tratamento estatístico, permitindo a correção de erros amostrais e outros aspectos relevantes para a representatividade e significância da amostra. Atualmente, é raro aceitar amostragem não-probabilista, exceto em casos excepcionais nos quais a abordagem probabilista não pode ser aplicada.

Aleatória Simples

A amostragem aleatória simples, segundo Yule e Kendall, ocorre quando a escolha de um indivíduo em uma população é feita de forma aleatória, com cada membro tendo a mesma probabilidade de ser selecionado. Isso exclui escolhas quase aleatórias, como aquelas baseadas em preferências pessoais. Dois exemplos ilustram a importância dessa abordagem.

Primeiramente, ao entrevistar estudantes de várias classes, se a escolha for feita pelos professores “ao acaso”, pode haver uma tendência consciente ou inconsciente de selecionar alunos mais cooperativos e inteligentes, prejudicando a representatividade da amostra. Em segundo lugar, ao selecionar empresas comerciais a partir de um catálogo, a escolha baseada no primeiro olhar pode resultar na preferência por empresas mais populares, comprometendo a imparcialidade.

Para evitar viés na seleção, a amostragem aleatória simples utiliza tabelas de números aleatórios, obtidas por meio de complexa programação estatística em computadores. Essas tabelas oferecem uma seleção completamente aleatória de números, evitando distorções causadas por métodos de escolha pessoal.

Um exemplo prático é apresentado, onde, ao entrevistar 450 alunos de uma faculdade com um total de 980, a escolha é feita através de números aleatórios. A amostra aleatória simples pode ser feita com ou sem reposição, sendo a primeira mais comum, onde cada elemento só pode ser escolhido uma vez para a amostra.

Essa abordagem visa garantir que todos os elementos da população tenham uma chance igual de serem selecionados, proporcionando uma amostra representativa e livre de viés.

Sistemática

A sistemática é uma variação de uma abordagem anterior, na qual a população ou a relação de seus componentes é ordenada de maneira que cada elemento seja identificado de maneira única pela posição. Exemplos incluem listas de membros de uma associação, guias de ruas de uma cidade, indexação alfabética por meio de cartões e filas de pessoas ou prédios em uma rua.

Um exemplo prático é um sistema de indexação por cartões em uma empresa com 1.000 elementos, onde uma amostra de 100 elementos é escolhida aleatoriamente. Se for selecionado o número 8, por exemplo, os componentes cujos cartões estão nas posições 8, 18, 28, 38, 48, 58, 68, 78, 88, 98… até 988 e 998 seriam escolhidos para a pesquisa sobre a alimentação no refeitório.

A amostragem sistemática é eficiente quando a “listagem” de elementos, como filas, prédios, etc., está “misturada” em relação à característica em estudo. Por exemplo, ao estudar a renda, uma listagem alfabética estaria completamente misturada em relação a essa característica, ao contrário de uma listagem por ordem crescente ou decrescente de salários ou funções executadas.

Formulação do problema

A formulação do problema é um passo crucial no processo de pesquisa, envolvendo a identificação e definição clara de uma dificuldade teórica ou prática de real importância. Esse processo requer clareza, concisão e objetividade, preferencialmente apresentado de forma interrogativa e delimitado com indicações das variáveis relevantes. A formulação do problema exige um pensamento reflexivo contínuo, combinando conhecimento prévio do assunto com imaginação criativa.

A gravidade de um problema está relacionada à importância dos objetivos e à eficácia das alternativas. A caracterização adequada do problema simplifica a pesquisa, enquanto um problema muito abrangente a torna mais complexa. Após a formulação, é necessário analisar o problema quanto à viabilidade, relevância, novidade, exequibilidade e oportunidade.

A concepção de um problema científico muitas vezes envolve relacionar variáveis independentes com o fenômeno em estudo. Existem diferentes tipos de problemas, como problemas de estudos acadêmicos (descritivos, informativos, explicativos ou preditivos), problemas de informação (coleta de dados observáveis), problemas de ação (aplicação de conhecimentos) e investigação pura e aplicada (relacionados ao conhecimento científico ou sua aplicabilidade).

Ao formular um problema, é essencial responder às perguntas: “O quê?” e “Como?”, estabelecendo as bases para as etapas subsequentes da pesquisa.

Definição dos Termos

A definição dos termos tem como objetivo torná-los claros, compreensíveis, objetivos e apropriados, evitando interpretações errôneas. Isso contribui para uma melhor compreensão da realidade observada. Alguns conceitos podem ser bem ajustados aos objetivos, enquanto outros menos usados podem gerar ambiguidades. As divergências muitas vezes surgem de diferentes teorias ou áreas do conhecimento. Portanto, é crucial definir, esclarecer e explicitar os termos. O pesquisador está interessado nos conceitos que as palavras indicam, nos aspectos da realidade que representam. Existem dois tipos de definições: simples, que traduzem o significado de termos menos conhecidos, e operacionais, que, além do significado, utilizam exemplos para tornar claro o conceito, relacionando-o à experiência no mundo extensional.

Construção de Hipóteses

O processo de construção de hipóteses desempenha um papel crucial na pesquisa científica, sendo uma proposição formulada para verificar a validade de respostas a problemas específicos. Essas suposições, embora provisórias, orientam a busca por informações e explicam fenômenos. A clareza na definição dos termos é essencial, e as hipóteses devem ter embasamento teórico, servindo como guias na investigação. Os resultados da pesquisa podem confirmar ou rejeitar as hipóteses, levando a reformulações e novos testes. Há desafios na formulação, como a falta de um quadro teórico claro, dificuldades lógicas e desconhecimento de técnicas de pesquisa. Mesmo em estudos exploratórios, a formulação de hipóteses, conhecida como hipótese de trabalho, é fundamental para alcançar interpretações mais profundas e úteis.

Indicação de Variáveis / Delimitação da Pesquisa

O texto aborda aspectos importantes no planejamento de uma pesquisa, destacando a necessidade de indicar claramente as variáveis dependentes e independentes ao formular o problema e a hipótese. Além disso, enfatiza a importância de delimitar a pesquisa, estabelecendo limites em termos de assunto, extensão e fatores como recursos humanos, econômicos e prazo.

O autor menciona três níveis de limites propostos por Ander-Egg: relacionados ao objeto (variáveis no fenômeno estudado), ao campo de investigação (tempo e espaço) e ao nível de investigação (estágios exploratórios, de investigação e de comprovação de hipóteses). A escolha entre estudar todo o universo da pesquisa ou apenas uma amostra é discutida, destacando a importância da representatividade e significância da amostra selecionada.

O método de amostragem é apresentado como uma alternativa quando não é possível pesquisar todos os indivíduos devido a limitações de recursos ou tempo. A eficácia desse método depende da representatividade da amostra e da inclusão de características proporcionais ao universo total

Métodos de Amostragem, Seleção de Métodos e Técnicas, Organização do Instrumental de Pesquisa

1. Amostragem:

  • Amostra é uma parcela selecionada do universo ou população.
  • Processos de determinação da amostragem são detalhados em capítulos subsequentes.

2. Seleção de Métodos e Técnicas:

  • Métodos e técnicas são escolhidos desde a proposição do problema até a delimitação do universo ou amostra.
  • A escolha depende da natureza do problema, das hipóteses, dos recursos financeiros, da equipe e outros fatores.
  • Métodos e técnicas devem se adequar ao problema, às hipóteses e aos informantes envolvidos.
  • Em pesquisas, utiliza-se uma combinação de métodos e técnicas, dependendo do caso.

3. Organização do Instrumental de Pesquisa:

  • A elaboração dos instrumentos de investigação é uma etapa crucial no planejamento da pesquisa.
  • Obras sobre pesquisa científica oferecem esboços práticos para montagem de formulários, questionários, roteiros de entrevistas, escalas de opinião, etc.
  • A organização do material de pesquisa inclui dois aspectos: organização para a investigação e arquivamento de ideias e fatos acumulados.
  • Fichários são indicados, incluindo os de pessoas, de documentação e dos “indivíduos” pesquisados.
  • Arquivos devem conter resumos de livros, recortes de periódicos, notas e outros materiais organizados para ampliação de conhecimentos.

Teste de instrumentos e procedimentos

O teste de instrumentos e procedimentos é essencial para garantir a validade de uma pesquisa. O método mais comum para essa verificação é o teste-preliminar ou pré-teste, que consiste em aplicar os instrumentos a uma pequena parte da população antes da implementação definitiva. Isso visa evitar resultados falsos e avaliar a capacidade dos instrumentos em fornecer resultados livres de erros. Realizar o pré-teste em 5 a 10% do tamanho da amostra é geralmente suficiente. Investigadores experientes devem conduzir o pré-teste para avaliar a validade dos métodos. Dificuldades na coleta de dados, como falhas em questionários, podem surgir, e o pré-teste ajuda a identificar e corrigir esses problemas antes da aplicação final. Para assegurar perspectivas científicas sólidas, é necessário considerar a fidelidade dos instrumentos, precisão dos testes, objetividade e validade das entrevistas e questionários, além do critério de seleção da amostra. O pré-teste pode ser aplicado a uma amostra aleatória representativa ou intencional e, quando conduzido rigorosamente, resulta em uma pesquisa-piloto.

Execução da Pesquisa : Coleta de Dados/ Elaboração dos Dados

Coleta dos Dados Na fase de coleta, são aplicados instrumentos e técnicas para obter os dados planejados. Essa etapa demanda paciência, perseverança e esforço do pesquisador, além de um registro cuidadoso. O alinhamento entre tarefas organizacionais e científicas é crucial, e o planejamento prévio reduz o desperdício de tempo no trabalho de campo. O controle rigoroso na aplicação dos instrumentos evita erros.

Técnicas de Pesquisa: Diversas técnicas, como coleta documental, observação, entrevista, questionário, formulário, medidas de opiniões, técnicas mercadológicas, testes, sociometria, análise de conteúdo e história de vida, são utilizadas de acordo com as circunstâncias.

Elaboração dos Dados: Após a coleta, os dados passam por seleção, codificação e tabulação antes da análise.

  • Seleção: Exame minucioso para detectar falhas ou erros e evitar informações confusas.
  • Codificação: Transformação dos dados em símbolos, categorizando e atribuindo códigos para facilitar a tabulação. Requer critérios do codificador.
  • Tabulação: Disposição dos dados em tabelas para verificar inter-relações. Parte da análise estatística, facilita a compreensão e interpretação rápida. Pode ser manual ou mecânica, dependendo do projeto.

Análise e Interpretação dos Dados

O texto aborda a fase de análise e interpretação dos dados em uma pesquisa, destacando a importância dessa etapa no núcleo central do processo investigativo. A análise envolve a busca por relações entre o fenômeno estudado e outros fatores, utilizando métodos lógicos dedutivos e indutivos. Esse processo compreende três níveis: interpretação, explicação e especificação, visando ampliar o conhecimento sobre o fenômeno.

A interpretação, por sua vez, busca dar um significado mais amplo às respostas, conectando-as a outros conhecimentos. Isso envolve a exposição do verdadeiro significado do material apresentado em relação aos objetivos da pesquisa. A construção de tipos, modelos e esquemas, assim como a ligação com a teoria, são elementos importantes nessa fase.

Para uma análise e interpretação eficazes, é essencial um planejamento bem elaborado da pesquisa e consideração da complexidade ou simplicidade das hipóteses ou problemas. O texto destaca ainda alguns aspectos que podem comprometer o êxito da investigação, como confusão entre afirmações e fatos, incapacidade de reconhecer limitações, tabulação descuidada, procedimentos estatísticos inadequados, erros de cálculo, defeitos de lógica, parcialidade inconsciente do investigador e falta de imaginação.

Em resumo, a análise e interpretação dos dados são etapas cruciais que exigem rigor metodológico, conexão com a teoria e atenção a possíveis armadilhas que podem comprometer a validade da pesquisa.

O autor Rummel (1972) propõe uma classificação de pesquisa em quatro divisões principais:

  1. Pesquisa Bibliográfica: Envolve a utilização de materiais escritos como fonte de informação.
  2. Pesquisa de Ciência da Vida e Ciência Física – Experimental: Realizada em laboratórios, concentra-se em experimentos e atividades práticas.
  3. Pesquisa Social: Tem como objetivo a compreensão de ordens, grupos, instituições sociais e éticas para melhorar o entendimento desses fenômenos.
  4. Pesquisa Tecnológica ou Aplicada – Prática: Centrada na aplicação prática dos tipos de pesquisa para atender às necessidades imediatas em diferentes campos de atividade humana.

Além disso, há subdivisões de tipos de pesquisa:

  • Monodisciplinar: Realizada em um único campo do conhecimento científico.
  • Interdisciplinar: Pesquisa em uma área que envolve fenômenos estudados por investigadores de diferentes campos das ciências sociais.

Outros tipos de pesquisa são categorizados por Perseu Abramo (1979) da seguinte forma:

  1. Segundo os campos de atividade humana ou setores do conhecimento:
    • Monodisciplinares
    • Multidisciplinares
    • Interdisciplinares
  2. Segundo a utilização dos resultados:
    • Pura, básica ou fundamental
    • Aplicada
  3. Segundo os processos de estudo:
    • Estrutural
    • Histórico
    • Comparativo
    • Funcionalista
    • Estatístico
    • Monográfico
  4. Segundo a natureza dos dados:
    • Pesquisa de dados objetivos ou de fatos
    • Pesquisa subjetiva ou de opiniões e atitudes
  5. Segundo a procedência dos dados:
    • De dados primários
    • De dados secundários
  6. Segundo o grau de generalização dos resultados:
    • Censitária
    • Por amostragem (não probabilista ou aleatória)
  7. Segundo a extensão do campo de estudo:
    • Levantamentos, sondagens, surveys etc.
    • Pesquisas monográficas ou de profundidade
  8. Segundo as técnicas e os instrumentos de observação:
    • Observação direta (participante ou não participante)
    • Observação indireta (consulta bibliográfica e documental, questionários e formulários, entrevistas, histórias de vida, biografias)
  9. Segundo os métodos de análise:
    • Construção de tipos
    • Construção de modelos
    • Tipologias e classificações
  10. Segundo o nível de interpretação:
    • Pesquisa identificativa
    • Pesquisa descritiva
    • Pesquisa mensurativa
    • Pesquisa explicativa

Preparação da Pesquisa:

  1. Decisão: Tomada de decisão para realizar a pesquisa.
  2. Especificação dos objetivos: Definição clara dos objetivos da pesquisa.
  3. Elaboração de um esquema: Desenvolvimento de um plano ou estrutura para a pesquisa.
  4. Constituição da equipe de trabalho: Formação de uma equipe para conduzir a pesquisa.
  5. Levantamento de recursos e cronograma: Identificação dos recursos necessários e criação de um cronograma para a pesquisa.

Fases da Pesquisa:

  1. Escolha do tema: Seleção do assunto a ser pesquisado.
  2. Levantamento de dados: Coleta de informações relevantes para a pesquisa.
  3. Formulação do problema: Definição clara do problema a ser abordado.
  4. Definição dos termos: Esclarecimento dos termos utilizados na pesquisa.
  5. Construção de hipóteses: Desenvolvimento de suposições a serem testadas.
  6. Indicação de variáveis: Identificação das variáveis envolvidas na pesquisa.
  7. Delimitação da pesquisa: Estabelecimento dos limites e escopo da pesquisa.
  8. Amostragem: Seleção da amostra a ser estudada.
  9. Seleção de métodos e técnicas: Escolha das abordagens e técnicas apropriadas para a pesquisa.
  10. Organização do instrumental de observação: Preparação dos instrumentos necessários para a coleta de dados.
  11. Teste dos instrumentos e procedimentos: Verificação e validação dos métodos e procedimentos adotados.

Execução da Pesquisa:

  1. Coleta de dados: Realização da coleta de informações conforme o plano estabelecido.
  2. Elaboração dos dados: Organização e preparação dos dados coletados.
  3. Análise e interpretação dos dados: Avaliação e interpretação dos resultados obtidos.
  4. Representação dos dados: Apresentação dos dados de forma visual ou estatística.
  5. Conclusões: Formulação de conclusões com base nos resultados obtidos.

Relatório de Pesquisa: Após a conclusão da pesquisa, é necessário criar um relatório que documente todas as etapas, resultados e conclusões, proporcionando uma visão abrangente do estudo realizado.

A preparação da pesquisa é um processo crucial que envolve várias etapas fundamentais. A primeira etapa é a decisão de realizar a pesquisa, na qual o pesquisador decide investigar um determinado assunto por interesse próprio, de outrem ou de alguma entidade, como o CNPq. Esta fase demanda dedicação, persistência, paciência e esforço contínuo.

Após a decisão, a especificação de objetivos torna-se essencial. Todo projeto de pesquisa deve ter objetivos claramente definidos, limitados e direcionados para orientar a busca e alcançar resultados específicos. Esses objetivos podem ser intrínsecos ou extrínsecos, teóricos ou práticos, gerais ou específicos, a curto ou longo prazo, respondendo a perguntas como “Por quê? Para quê? Para quem?”.

A etapa seguinte é a elaboração de um esquema, que pode ser modificado conforme necessário, mas que serve como guia para viabilizar a pesquisa. O esquema proporciona uma abordagem mais objetiva e uma ordem lógica ao trabalho, auxiliando o pesquisador a organizar as fases da pesquisa de maneira eficiente.

É fundamental estudar e planejar cuidadosamente todas as fases da pesquisa, incluindo a obtenção de recursos materiais, humanos e de tempo. Essa preparação adequada contribui para o bom andamento do processo de pesquisa e aumenta as chances de sucesso na obtenção de resultados significativos.

O processo de início da pesquisa envolve vários aspectos fundamentais, destacados nas seções 1.3.1.4 e 1.3.1.5. Na constituição da equipe de trabalho (1.3.1.4), é essencial recrutar e treinar membros, distribuir tarefas, indicar locais de trabalho e fornecer o equipamento necessário. A pesquisa pode ser conduzida individualmente ou por uma equipe. As questões respondidas são “Quem?” e envolvem a organização da equipe.

No levantamento de recursos e cronograma (1.3.1.5), o pesquisador, ao solicitar financiamento, deve prever os gastos, elaborando um orçamento aproximado. Recursos financeiros e um cronograma são cruciais para executar a pesquisa em diferentes etapas, respondendo às perguntas “Quanto?” e “Quando?”.

Na seção 1.3.2, que aborda as fases da pesquisa, a escolha do tema (1.3.2.1) é destacada como uma etapa crítica. Escolher adequadamente um tema requer consideração das inclinações, possibilidades e aptidões do pesquisador. O tema deve ser exequível, relevante, e a escolha evita temas recentemente estudados para facilitar uma nova abordagem. A precisão, determinação pessoal, tempo disponível e qualificações são fatores a serem considerados. A pergunta respondida é “O que será explorado?”.

Levantamento de Dados em pesquisa

Na fase de levantamento de dados, três procedimentos são utilizados: pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e contatos diretos. A pesquisa bibliográfica oferece uma visão abrangente dos trabalhos relevantes já realizados, fornecendo dados atuais e significativos sobre o tema. O estudo da literatura auxilia na planificação do trabalho, evitando duplicações e erros, além de servir como fonte crucial de informações e orientação para as indagações.

A qualidade do material coletado depende da habilidade, experiência e capacidade do pesquisador em descobrir indícios importantes. Antes de iniciar qualquer pesquisa de campo, é essencial realizar uma análise detalhada das fontes documentais que sustentarão a investigação.

A investigação preliminar, denominada estudos exploratórios, envolve a análise de documentos e contatos diretos. Os principais tipos de documentos incluem fontes primárias (dados históricos, bibliográficos, estatísticos, entre outros) e fontes secundárias (imprensa e obras literárias). Os contatos diretos, realizados através de pesquisa de campo ou laboratório, envolvem interações com pessoas que podem fornecer dados ou indicar fontes úteis.

É possível conduzir simultaneamente a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo para otimizar o processo de coleta de dados.

Técnicas de Pesquisa

O conceito de pesquisa é amplo e variado, e ainda não há um consenso sobre o assunto. Segundo Asti Vera, a pesquisa começa com a definição e análise crítica de um problema, seguido pela busca por uma solução. De acordo com o Webster’s International Dictionary, a pesquisa envolve uma busca minuciosa por fatos e princípios, utilizando métodos científicos.
Ander-Egg define a pesquisa como um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados em qualquer área do conhecimento. Para Rummel, a pesquisa pode ser ampla, englobando todas as investigações especializadas, ou restrita, abrangendo estudos mais aprofundados.

O autor Abramo (1979) destaca a importância de dois princípios gerais na pesquisa científica: objetividade e sistematização de informações fragmentadas. Além disso, existem princípios particulares que são válidos para a pesquisa em determinado campo do conhecimento e dependem da natureza especial do objeto da ciência em questão.
A pesquisa tem uma importância fundamental nas ciências sociais, especialmente na busca por soluções para problemas coletivos. O desenvolvimento de um projeto de pesquisa envolve seis passos: seleção do tópico ou problema, definição e diferenciação do problema, levantamento de hipóteses de trabalho, coleta, sistematização e classificação dos dados, análise e interpretação dos dados, e relatório dos resultados da pesquisa.

A finalidade da pesquisa é descobrir respostas para questões, utilizando métodos científicos. Mesmo que nem sempre obtenham respostas precisas, esses métodos são os únicos capazes de oferecer resultados satisfatórios ou de total êxito. A pesquisa tem como objetivo conhecer e explicar os fenômenos que ocorrem no mundo existencial, compreendendo sua função, estrutura, mudanças, influências e possibilidades de controle.
Existem duas finalidades da pesquisa, de acordo com Bunge (1972): acumulação e compreensão dos fatos levantados. Isso é feito por meio de hipóteses precisas, formuladas e aplicadas como respostas às questões da pesquisa. A pesquisa sempre parte de um problema ou fenômeno a ser investigado, respondendo às necessidades de conhecimento sobre o assunto.

Ela pode invalidar ou confirmar as hipóteses levantadas.
Existem também duas finalidades da pesquisa apontadas por Trujillo (1974): pura, quando busca melhorar o conhecimento e desenvolver metodologias mais aprimoradas; e prática, quando aplicada com objetivos práticos. Selltiz et alii (1965) mencionam quatro finalidades da pesquisa: familiaridade com um fenômeno, obtenção de novos esclarecimentos sobre ele, desenvolvimento de hipóteses e formulação de problemas

Este texto aborda a organização quantitativa dos dados em uma pesquisa, destacando a importância de expressar os dados com medidas numéricas e a necessidade de paciência e cuidado nos procedimentos. O resumo também enfatiza a importância do relato e registro meticuloso e detalhado da pesquisa, incluindo a indicação da metodologia utilizada, referências bibliográficas e definição cuidadosa da terminologia. Além disso, menciona a abrangência da pesquisa social, indicando os diversos campos que podem ser estudados nessa área, como natureza e personalidade humanas, povos e grupos culturais, família, organização social e instituição social, entre outros. Também destaca a importância do estudo de problemas sociais, patologia social e adaptações sociais, assim como a teoria e métodos utilizados na pesquisa social.

Este resumo aborda os diferentes tipos de pesquisa social. Ander-Egg apresenta dois tipos principais: pesquisa básica, que busca o progresso científico e o conhecimento teórico, e pesquisa aplicada, que visa a aplicação prática dos resultados na solução de problemas reais. Best acrescenta mais três classificações: pesquisa histórica, que descreve o passado; pesquisa descritiva, que analisa os fenômenos atuais; e pesquisa experimental, que estuda as relações de causa e efeito. Hymann destaca os tipos descritiva e experimental, sendo a primeira uma simples descrição de um fenômeno e a segunda uma investigação explicativa e interpretativa. A classificação também pode ser feita em relação ao número de pesquisadores envolvidos, podendo ser individual ou grupal. Por fim, Selltiz et alii apresentam os estudos formulativos, sistemáticos ou exploratórios, que enfatizam a descoberta de ideias e discernimentos.

Estudos descritivos são aqueles que têm como objetivo descrever um fenômeno ou situação em um determinado espaço tempo. Eles são realizados através de um estudo detalhado e minucioso, que busca entender e documentar as características, comportamentos e relações entre variáveis em um determinado contexto. Já os estudos de verificação de hipóteses causais têm como objetivo principal a explicação científica de um fenômeno. Eles buscam entender as relações de causa e efeito entre variáveis, e a partir disso, realizar previsões. Se a investigação avançar e alcançar um nível mais aprofundado, pode levar à formulação de leis científicas. Esses estudos são fundamentais para o desenvolvimento e progresso da ciência, já que permitem a compreensão e explicação de fenômenos complexos.